Nove
pessoas foram presas suspeitas de integrar quadrilha de estelionato,
falsificação de documentos, furto e receptação foram detidas na
operação Loki, da Polícia Civil do Pará, segundo balanço
divulgado nesta terça-feira (12). Entre elas, três servidores do
Detran e um ex-servidor do órgão de trânsito. Quatro das prisões
ocorreram em Belém. Segundo as investigações, o bando alugava
carros, fraudava documentos e os revendia.
Foram
recuperados 18 dos 67 veículos identificados como produto dos
crimes. A ação contou com apoio das Polícias do Pará, Bahia,
Alagoas e Sergipe. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara de
Combate ao Crime Organizado de Belém.
A
operação é resultado de uma investigação iniciada em julho de
2018, para apurar os crimes de organização criminosa, uso indevido
de selo público, falsificação de documento público, falsificação
de documento particular, uso de documento falso, inserção de dados
falsos em sistema informatizado, corrupção ativa e corrupção
passiva, praticados no período de março a julho daquele ano, em
diversos municípios paraenses e outros estados do país.
Esquema
criminoso
As
investigações da DRFVA do Pará mostraram a existência de uma
cadeia de delitos iniciada após o aluguel de carros seminovos junto
a empresas especializadas seguido da transferência fraudulenta de
propriedade, culminando na venda a terceiros de boa-fé e posterior
divisão dos lucros entre os envolvidos.
Os
alvos possuíam um perfil definido: carros fabricados em 2017 e 2018
quase sempre de alto padrão. Os locatários eram recrutados em
Estados distintos daqueles em que celebravam os contratos, como forma
de dificultar as investigações. Após a locação, esses carros
eram transferidos para nomes de pessoas físicas, por servidores do
DETRAN/PA envolvidos no esquema.
Em
seguida, outro servidor inserido no setor de arquivo do DETRAN/PA
desviava os documentos decorrentes das transferências (CRV/CRLV),
fornecendo-os a despachantes que, por sua vez, os entregavam aos
estelionatários responsáveis pela venda dos automóveis.
Alguns
desses veículos ainda passavam por uma segunda transferência antes
de serem oferecidos à venda, com o objetivo de fazer constar no CRV,
como proprietário anterior, o nome de uma pessoa física em vez de
uma locadora, dificultando, desse modo, a detecção da fraude. Com a
posse dos automóveis e munidos dos respectivos CRV’s e CRLV’s
legítimos (materialmente), mais identidades falsas, em nome das
pessoas que figuravam como proprietárias nos documentos, os
estelionatários do grupo não tiveram dificuldades de vender os
carros a terceiros, que, de boa-fé, acabam pagando valores próximos
aos de mercado.
Fonte:
A Voz do Xingu
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