Brasil Novo Notícias: Cidades do Pará são as últimas colocadas em saneamento básico

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Cidades do Pará são as últimas colocadas em saneamento básico

Três municípios paraenses aparecem no rol dos cinco com pior sistema de saneamento básico do Brasil. O ranking feito com as 100 maiores cidades do País, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2011, foi divulgado ontem pelo Instituto Trata Brasil. Ananindeua e Santarém apresentaram os piores desempenhos nos critérios avaliados, como acesso à água potável, investimento em saneamento básico e qualidade da água servida. Belém, que caiu uma posição em relação a lista do ano passado, aparece como o quinto cenário mais negativo do País. Entre as capitais brasileiras, a capital paraense só é superada pelo resultado negativo de Macapá (AP).
Ainda segundo o Trata Brasil, 76,3% da população de Belém têm acesso à água tratada, mas apenas 8,1% têm coleta de esgotos. O volume de esgotos tratados é um privilégio de apenas 1,6% dos habitantes, enquanto a média de perdas financeiras com a água produzida na cidade é de 46,1%. A pesquisa revela que, entre 2008 e 2011, foram investidos R$ 239.493.249 em saneamento básico, o que representa apenas R$ 42,70 por cada belenense. Apesar de ser um dos investimentos mais baixos do País, ele é quatro vezes superior ao custo de Santarém, por exemplo.
Na cidade do Baixo Amazonas foram investidos nesses mesmos quatro anos R$ 12.058.507, correspondente a R$ 10,1 por habitante. Ao fim de 2011, o município contabilizava 58,6% dos habitantes sem água tratada, coleta e tratamento de esgotos totalmente inexistentes e o nível de perdas no município, em porcentagem da água produzida de 36,1%. Mas, disparadamente, o pior cenário dentre os cem maiores municípios brasileiros é o de Ananindeua. Em 2011, a parcela com água potável era de apenas 26,7% e 0% de esgoto coletado. O investimento para reverter esse quadro foi de R$ 22.264.972 - R$ 11,6 por cada habitante.
Na avaliação do Trata Brasil, os avanços em saneamento básico continuam insuficientes em todas as 100 maiores cidades do País. "Entre os anos de 2010 e 2011, o Brasil manteve o tímido ritmo de crescimento nos serviços de saneamento básico, colocando em dúvida a possibilidade da universalização dos serviços para os próximos 20 anos", avalia o estudo. Segundo o Instituto, quanto ao atendimento em água tratada, os números de 2011 mostram uma evolução nos serviços prestados à população, comparados a 2010. Em 2011, o atendimento com água tratada nas 100 maiores cidades teve crescimento de 0,9 pontos percentuais (p.p), atingindo 92,2% da população; número bem superior ao atendimento na média do País (82,4%). Dos indicadores, a universalização da água é o que está mais próximo.
Já o atendimento em coleta de esgotos nestas cidades chegou a 61,40% da população contra 48,1% no País - um crescimento de 2,3 p.p de 2010 para 2011. Quase metade das cidades (47), no entanto, tem índices abaixo de 60%, o que torna muito difícil alcançarem a universalização até 2030, a se manter este ritmo de crescimento. Quanto ao tratamento dos Esgotos, o volume aumentou em 2,2 p.p chegando a 38,5% nas 100 cidades; índice muito similar aos 37,5% de tratamento de esgotos no País. É o serviço mais distante da universalização no saneamento. "Em 2030, a se manter esse ritmo de avanços, estaremos longe de ter todo o esgoto tratado nas 100 maiores cidades", estima a pesquisa.
A média de perdas financeiras com a água para os 100 municípios foi de 40,08%; pior do que a média do País (38%). Apenas 4 cidades apresentaram perdas menores que 15%, sendo que 22 delas tiveram índices entre 15 e 30%. "Significa que 74% das cidades apresentaram perdas maiores que 30%, sendo que 14 delas com perdas acima de 60%", diz o estudo.
Por Thiago Vilarins, da Sucursal Brasília
Fonte: O Liberal

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