Após lesionar
gravemente duas vértebras, em um acidente ocorrido em um banho de rio na região
da Transamazônica, o mecânico Alex Júnior Nazario Amâncio dos Santos, de 21
anos, realiza tratamento médico especializado há dois meses no Hospital
Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira (PA). A gravidade do
acidente coloca em risco a saúde do jovem, que aguarda cirurgia na coluna
cervical.
“Eu estava me divertindo, quando pulei no
rio, na parte rasa, e bati a cabeça. Na hora, eu não senti dor, inclusive eu
saí andando. Mas no outro dia, amanheci com uma forte dor no pescoço, que me
incomodou muito, foi então que procurei a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Lá, eles solicitaram exames e diagnosticaram o trauma” conta Alex, que em
seguida foi encaminhado para o Hospital Regional, por conta da gravidade do
caso. “Aqui estou recebendo o tratamento adequado, fui imobilizado e estou
sendo bem tratado. Fico feliz em poder receber esse tratamento aqui na minha
região, próximo da minha família e amigos. Eu não teria condições de ir para
outro Estado”, revela o usuário.
Segundo a equipe de Neurocirurgia da
unidade, a lesão foi nas vértebras 3 e 4, e é considerada uma lesão delicada,
inclusive comprometendo a mobilidade do usuário, que ainda corre o risco de
ficar paraplégico. Para corrigir a fratura, o jovem será submetido a uma
cirurgia de artrodese de coluna cervical, que antes era feita em São Paulo, mas
que há cinco anos, já é realizada no HRPT.
Assim como o caso de Alex, outros casos
complexos também são tratados no HRPT, como o de seu Rogilo Viana Lima, de 39
anos, que há mais de um ano já realiza tratamento na unidade hospitalar. O
pedreiro sofreu um grave acidente de trânsito, na BR-230, desde então ele já
foi internado quatro vezes no HRPT, e luta para recuperar o movimento da perna
direita. “Eu estava dirigindo alcoolizado e em alta velocidade. Segundo os
médicos, a minha lesão atingiu o fêmur, mas a equipe do HPPT me salvou, e agora
meu desejo é me recuperar totalmente e voltar para perto da minha família”,
relata o paciente que é morador do município de Breu Branco (PA), localizado a
300 km de Altamira
Desde a inauguração do Hospital Regional,
vários casos considerados graves já foram atendidos no hospital, como: tumores
encefálicos e meningocele. Antigamente, esses pacientes, após diagnosticados,
eram transferidos para outros centros hospitalares, como por exemplo, em Belém
ou São Paulo. Mas hoje, todo o tratamento já é feito em Altamira.
Para o coordenador do Centro Cirúrgico e
Central de Material Esterilização (CME), Romerito Margotte, o atendimento de
alta complexidade é um avanço para a região da Transamazônica/Xingu. “Há dois
anos, a equipe médica começou a investir em cirurgias de neurocirurgia dentro
do hospital. Tumores encefálicos e meningocele hoje tem atendimento, aqui, no
meio da Amazônia e não precisa ser transferido para outro Estado, visto que a
transferência gera transtornos para o paciente e custo para o Estado”, revela o
coordenador.
De acordo com o diretor Geral da unidade,
Edson Primo, o atendimento ofertado pelo Hospital Regional permitiu reduzir
as transferências de Tratamento Fora do Domicílio (TFD). “Hoje, nós
conseguimos uma média positiva de TFD de alta complexidade, apenas, um por ano,
o que é bom para o hospital, para o paciente e para toda sociedade”, explica.
As principais cirurgias de perfil
epidemiológico realizadas, hoje, no centro cirúrgico do HRPT são: fraturas de
tíbia e de fêmur. Para atender a demanda com excelência, a unidade conta com
neurocirurgião à disposição 24h por dia. No Centro Cirúrgico há também o
atendimento médico especializado em neurocirurgia, cirurgia geral e ortopedia,
o que facilita o atendimento a pacientes com politraumatrismo, Traumatismo
Crânio-Encefálico (TCE), trauma torácico, trauma abdominal, dentre outros. Com
a presença do médico neurocirurgião é possível a realização de procedimento
especializado complexos, como: craniotomia, derivação ventrículo-peritoneal,
drenagem ventricular externa e trauma raquemedular.
Segundo o diretor do 10º Centro Regional de
Saúde, Edivar Filho, a importância do Hospital Regional é imensurável para a
população da Região da Transamazônica. “Para exemplificar com mais clareza essa
afirmação, faço uma rápida comparação: ao longo desses dez anos, o HRPT já
atendeu oito vezes mais a população que abrange a 10º Regional. Desde o início
da oferta desse serviço foi possível observar a redução de óbitos, e ainda
temos na prática a oferta de uma saúde humanizada e com qualidade”, explica o
diretor.
Unidade
O HRPT atende um número estimado de 500 mil
habitantes, de pelo menos nove municípios. Nesta quarta-feira, 7/12, o HRPT
completa dez anos. Durante esses anos, já foram realizados mais de 2,6 milhões
de atendimentos ente eles: 22.855 cirurgias, 28.654 internações e 2.045.500
exames. Números que se refletem no índice de satisfação do usuário, que chega
99,15% este ano.
O Hospital oferta 97 leitos, que estão
distribuídos em 21 clínicos, 32 cirúrgicos, 15 pediátricos, seis obstétricos,
nove UTI Adulto, cinco UTI pediátrica, cinco UTI neonatal, quatro berçários de
alto risco, cinco consultórios ambulatoriais, quatro salas no centro cirúrgico,
21 máquinas de hemodiálise e 11 no pronto socorro. As especialidades atendidas
são: neurocirurgia, hemodiálise, traumatologia, ortopedia e cirurgia geral. A
unidade atende pacientes de nove municípios da região da Transamazônica/Xingu,
regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O HRPT é administrado pela
Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob
contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), desde
sua inauguração.
Por: Thaís Portela /ASCOM/Pro-Saúde
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