A obra da hidrelétrica de Belo Monte coincidiu com um aumento na conversão de florestas em pastagens no município de Vitória do Xingu, no Pará. De acordo com reportagem especial da revista Época, o município é o mais afetado pelo lago e pelo canal de Belo Monte. Em cinco anos, a área alagada triplicou, mas a área de pastagens aumentou 44 vezes.
Ainda de acordo com a Época, entre 2012 e 2016, a área de pastagens em Vitória do Xingu foi de 2.681 hectares para 114.625 hectares. Foi um crescimento de 44 vezes em apenas cinco anos.
Enquanto isso, a área alagada foi de 9.296 hectares para 27.605 hectares. Um aumento de três vezes no mesmo período.
A área de floresta perdida para as pastagens (111.924 hectares) foi seis vezes maior do que a sacrificada pelas áreas alagadas (18.309 hectares).
A sequência de imagens abaixo revela como a região foi mudando. O mapa mostra os rios e lagos em azul. Em amarelo, são as áreas de pastagens. Em vermelho, as ocupações urbanas. Repare como as áreas de pastagem começam a crescer a partir de 2013. E como a área do lago e do canal surge a partir de 2014.
Os números e o mapa mostram que o maior impacto de uma hidrelétrica como Belo Monte não está dentro do canteiro de obras. Não é o lago. Não é a área inundada. O maior impacto é o estímulo à ocupação desordenada da terra e o uso insustentável dos recursos naturais em toda a região, diz a revista. O anúncio da obra e a movimentação durante a construção estimulam o mercado de grilagem e especulação, que leva ao desmatamento de terra pública para criação de pastagens, na tentativa de buscar uma regularização fundiária mais tarde.
Fonte: O Xingu com Informações da Revista Época
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