Nesta
segunda-feira (19), grupos de ativismo social e trabalhadores rurais
estão reunidos em acampamento no município de Pau D’arco, no sul
do Pará. No local, no último dia 24, dez agricultores foram
assassinados durante reintegração de posse das Polícias Civil e
Militar.
O
acampamento fica à margem dos 5.694 hectares da Fazenda Santa Lúcia,
que foi ocupada inicialmente em 2013 e, desde então, segue em
disputa, com uma série de reintegrações de posse e novas
ocupações.
“Eu
não vou dizer que uma fazenda vale uma vida, quem dirá dez vidas,
mas eu estou aqui por justiça, para honrar minha família”, diz,
segurando as lágrimas, Giodeth Oliveira dos Santos. Entre os dez
mortos, sete eram seus parentes. O marido, quatro sobrinhos, uma
cunhada e um cunhado.
“Eles
foram escorraçados daqui, mortos e levados nesses sacos de qualquer
jeito. Eles estavam lutando por um pedaço de terra, então nada mais
justo do que eu estar aqui", diz.
“Eles
pensaram que a luta tinha acabado quando mataram minha família, mas
não é assim. Voltamos aqui para lutar mais e para garantir o
direito por essa terra”, afirma Giodeth, que teve família
assassinada em chacina”
Sem
confronto
Na
divulgação do laudo pelo diretor do Centro de Perícias do Estado
do Pará, Orlando Salgado Gouveia descartou a hipótese de confronto
entre vítimas e policiais. “Em nenhum dos coletes (dos policiais)
foram constatados impactos de projétil de armas de fogo”.
A
perícia divulgada na quarta-feira (14) aponta que não houve marcas
de balas nos carros dos policiais, nem qualquer outra evidência
concreta de um confronto entre os trabalhadores e os policiais. Ainda
faltam os laudos das 53 armas que os agentes públicos portavam, o
que ajudará a descobrir os autores dos disparos contra as dez
vítimas.
Fonte:
G1
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