FOTO: João Thiago / Especial O Liberal |
O Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado à Secretaria de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgou, nesta terça-feira (6), em
coletiva de imprensa, um relatório técnico prévio sobre 13 pacientes que estão
em tratamento após terem sido diagnosticados com doença de Chagas no mês de
outubro. Os casos ocorreram na localidade do Rio Mocoões, no município de
Limoeiro do Ajuru, e na localidade de Jupatitiba, no município de Curralinho,
Marajó.
De acordo com a pesquisadora do IEC e chefe do setor de atendimento
médico unificado (Soamu), Ana Yecê das Neves, em Limoeiro do Ajuru, foram
notificados e tratados oito casos de duas famílias vizinhas, sendo cinco homens
e três mulheres, com idades entre 2 e 38 anos. Dois deles, mãe e filho, foram
diagnosticados com exame parasitológico positivo para co-infecção malária e
doença de Chagas. "É comum que, na nossa região, a pessoa tenha duas
infecções ao mesmo tempo", explicou a pesquisadora.
Todos têm sido avaliados periodicamente do ponto de vista clínico e
recebem tratamento medicamentoso regularmente. Apenas um dos pacientes, entre
os que também contraíram a malária, apresentou comprometimento cardíaco. Outro
paciente necessitou de internamento hospitalar e já recebeu alta.
O período de adoecimento ocorreu entre 23 de setembro e 4 de outubro com
manifestações de febre persistente, cefaleia, dores musculares, lombalgias,
cervicalgias, além de sintomas gerais. Segundo o Instituto, não houve
referência a evento que possa ter imputado como fonte de alimento utilizado em
comum e como provável fonte de contaminação, mas todos os indivíduos analisados
utilizam açaí em pelo menos três refeições diárias, incluindo lactente.
Já em Curralinho, cinco casos da mesma família, com idades entre 15 e 75
anos, estão sob tratamento. Eles foram diagnosticados entre 4 e 8 de outubro.
Uma jovem de 15 anos estava grávida de nove meses na época e, por este motivo,
foi possível ser submetida ao tratamento específico. "Como a criança já
estava formada, não houve perigo. A criança é uma menina, nasceu dia 3 de
novembro e passa bem. Ela também passou pelo primeiro exame parasitológico e
sorológico e teve resultado negativo", esclareceu Ana Yecê.
Referente a esse surto, há um suspeito sendo investigado no IEC.
"Mas todos os casos dos dois municípios ficarão durante 60 dias de
medicação. E são prognósticos com perspectiva de melhora", garantiu.
"A partir de dois casos, consideramos surto. E esses surtos começam em
agosto, quando há safra maior do alimento que geralmente está envolvido no
processo de contaminação, o açaí", acrescentou Ana Yecê.
"Além disso, neste período tem verão, quando os insetos
transmissores (barbeiros) se movimentam mais em busca de alimento, que é o
sangue de animais ou de seres humanos. E as regiões do Estado historicamente
mais afetadas são Nordeste e Marajó, justamente pela cultura alimentar do açaí.
E o barbeiro está muito disseminado nessas áreas", concluiu a
representante do IEC.
Fonte: Portal ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário