Preço
da gasolina caiu nas refinarias, mas nos postos continua o mesmo
FOTO: Tarso Sarraf/O Liberal |
O
preço da gasolina teve queda ontem pela quinta vez consecutiva na
semana, trazendo o valor para o menor patamar desde o começo de
abril. De acordo com a Petrobras, a queda será de 1,32%¨nas
refinarias, o que representa uma mudança de R$ 1,6958 por litro,
cobrado até ontem, para R$ 1,6734 a partir de hoje; ou seja, uma
redução de dois centavos. Na quinta-feira, a empresa diminuiu o
preço do produto em 0,72%. Desde o início da semana, quando o litro
do combustível era comercializado a R$ 1,8466, a gasolina já
acumula queda de preço de 9,38%, o que significa o total de 17
centavos.
Apesar
dos anúncios de baixa, os preços da gasolina nos postos não
refletem a diferença. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana passada a queda foi de
apenas 0,3% ante a semana anterior, fechando em R$ 4,709 por litro. O
advogado do Sindcombustíveis do Pará, Napoleão Nicolau da Costa,
afirma que os preços não apresentaram mudanças representativas em
razão da conduta das distribuidoras. “Temos observado que as
distribuidoras rapidamente repassam as altas de preço, porém
demoram a baixar os valores quando o preço de refinaria é
reduzido”, reclamou.
Napoleão
da Costa destacou, no entanto, que a competição entre as empresas
do Pará ainda pode provocar um barateamento real da gasolina. “Hoje
o Estado conta com quase 2.000 estabelecimentos, sendo indiscutível
que o consumidor será beneficiado pela competitividade e o interesse
de cada estabelecimento em obter mais consumidores. No entanto, é
importante ressaltar que os postos apenas podem repassar reduções
que efetivamente lhe forem reduzidas em seus preços de compra junto
as distribuidoras, o que não tem ocorrido com a frequência e
patamar anunciado na imprensa”, defendeu.
O
farmacêutico Rubens Pereira, ao saber da notícia de que o preço da
gasolina havia caído, tratou a informação com ironia. “Agora vou
conseguir economizar muito mais”, brincou. Para Rubens, não apenas
a mudança não foi sentida ainda nos gastos de sua família como
também não foi refletida nos custos dos produtos que são
importados. “Sabemos que o preço da gasolina influencia no preço
de produtos da nossa alimentação. Se a gasolina caiu, os preços de
frutas e outros produtos também deviam ter caído”, apontou.
A
Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes
(Fecombustíveis) divulgou na última quarta-feira, 7, segundo a
Agência Brasil de notícias, nota oficial na qual procura explicar
por que a queda de preços da gasolina e do diesel nas refinarias
demora a ser repassada ao consumidor final. De acordo com a
Fecombustíveis, os valores praticados pela Petrobras são
aproximadamente um terço do preço pago pelo consumidor nos postos,
mas é preciso levar em conta os custos dos biocombustíveis,
impostos, fretes e as margens de lucro.
“Como
os postos de combustíveis não podem comprar das refinarias, eles só
conseguem diminuir os preços quando as companhias distribuidoras
eventualmente os reduzam”, diz a Fecombustíveis. Na conclusão do
texto, a federação lembrou que os preços dos combustíveis são
livres em todos os segmentos e que não não interfere no mercado.
Cabe a cada posto revendedor decidir se repassa a queda de preços
nas refinarias ao consumidor final, “de acordo com suas estruturas
de custo”, finalizou.
Fonte:
Portal ORM
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