Juiz defende
necessidade da ação em apoio à segurança pública.
Foto: Ascom Exército |
Iniciada no último dia 06, encerrou ontem a última fase da Operação
Vulcão, que foi concluída com a destruição de 4.419 armas de fogo e 2.716 armas
brancas e acessórios. A operação foi coordenada pelo Exército Brasileiro, por
meio do Comando Militar do Norte, a 8ª Região Militar e a 23ª Brigada de
Infantaria de Selva, em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os
Tribunais de Justiça dos Estados do Pará (TJPA) e Amapá (TJAP). Ontem, o
armamento apreendido foi completamente destruído nas instalações da Siderúrgica
Norte Brasil (Sinobras), em Marabá, após sair de Belém com escolta da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA).
Os armamentos são provenientes de apreensões realizadas pela Polícia
Civil - com processos judiciais finalizados pelos Tribunais - de descarregamentos
e inutilização das Forças Armadas e de entregas voluntariamente à Polícia
Federal pela sociedade, de acordo com as determinações do Estatuto do
Desarmamento. As armas, que são previamente inutilizados, têm como origem
diferentes municípios, vindo principalmente de Belém e Marabá. O material saiu
no dia 06 de novembro da capital paraense escoltado pelo Exército, PRF e PMPA
para ser destruído em Marabá, na Sinobras, dois dias depois do início da
atividade. A Operação Vulcão envolveu mais de 100 militares e agentes públicos,
além de 20 viaturas.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social
(Segup) informou que, de 1º de janeiro a setembro deste ano 119 armas foram
apreendidas no Pará. Durante os sete primeiros meses do ano passado o número de
armas apreendidas foi de 156. Os armamentos compreendem arma de fogo, arma
branca e simulacro. Este ano, o município que mais registrou apreensão de
armamentos foi Belém e, em 2017, foram Belém e Goianésia do Pará. Por questões
de segurança e estratégia, os números exatos não foram revelados.
Segundo o juiz Lucas do Carmo, que está no exercício da Justiça Militar
no TJPA, a ação tem por finalidade evitar que armamentos ilegais recolhidos
pela Justiça voltem para a criminalidade, além de destruir armas legais
inoperantes. O magistrado, que participou da operação, ressalta que a ação tem
impacto direto na sociedade, pois ajuda a reduzir a violência com armas de
fogo. "Primeiro, tratam-se de armas ilegais, ou seja, armas que estavam em
posse de pessoas que não tinham autorização e que, em sua grande maioria, eram
usadas para a prática de crimes, manejadas como ferramentas para realização de
roubos, homicídios e no tráfico de drogas. Além disso, elas precisam ser
destruídas para evitar que sejam alvo de outros criminosos. Pessoas invadem
delegacias, fóruns, e outros locais de armazenamento para roubarem armas e
drogas. Enquanto esse tipo de material existir, ele é um objeto de desejo do
crime e, por isso, devemos tirar de circulação", comentou o magistrado.
Ainda de acordo com o juiz, em seus dezesseis anos de magistrado, ele
aprendeu que esse tipo de ação ajuda a aumentar a sensação de segurança da
população. "A arma em si não é um instrumento de pacificação de uma
sociedade. As pessoas que podem e tem condições de usar uma arma devem ser
autorizadas pelos órgãos competentes, para que haja um controle. A arma ilegal
não é o caminho certo para o cidadão se defender. Por tudo que tenho vivido em
minha carreira, acredito que há uma ligação entre a violência urbana e o
armamento irregular. Eu, por exemplo, nunca vi uma arma totalmente legalizada
ser usada em um crime, isso é muito difícil. Nós, como Estado, devemos combater
o porte e a posse ilegal de arma de fogo, pois esse tipo de descontrole de armamento
e munição só gera mais violência", conclui o juiz.
Fonte:
Portal ORM
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