Foto: Reprodução Whats app |
A Polícia Civil do
Pará e do Amazonas desencadearam na manhã desta segunda-feira (12) a operação
"Washed Bread" (ou "Pão Lavado") que tem como objetivo o
combate à lavagem de dinheiro. Como resultado, a ação constatou o
desenvolvimento de atividades criminosas por parte de empresários,
principalmente no ramo da panificação, que tinham envolvimento com o tráfico de
drogas.
Pelo menos quatro empresas de Santarém são alvos das
investigações que apuram um esquema que pode chegar a aproximadamente R$ 25
milhões em movimentações financeiras ilegais. Até a tarde de hoje, já foram
cumpridos 31 mandados de prisão, sendo 25 no Pará e seis no estado do Amazonas.
Em Santarém, no Baixo Amazonas paraense, oito pessoas foram presas
preventivamente e quatro flagrantes ainda estão em andamento.
As atividades ilegais foram constatadas após a
comprovação de movimentações financeiras e patrimoniais que não eram
compatíveis com a atividade desempenhada pelas empresas, levando a Polícia a
confirmar que era o dinheiro do tráfico de drogas que estava abastecendo as
contas bancárias dos envolvidos. Durante a operação, que conta com o apoio da
Superintendência de Polícia Civil do Baixo Amazonas, Delegacia do Interior,
Núcleo de Inteligência Policial e Secretaria Executiva de Inteligência do
Estado do Amazonas, um ex-servidor da Câmara Municipal de Santarém foi preso.
Fabrício Vieira trabalhava no gabinete do vereador
Rogélio Cebulisk (PSB), o "Gaúcho", no período da investigação. O
ex-servidor atuou como assessor do vereador até março de 2017. Buscas foram
realizadas na manhã desta segunda na Câmara Municipal de Santarém para coletar
documentos que comprovassem se Fabrício tinha frequência assídua ou se apenas
recebia o salário.
"Um empresário foi servidor comissionado na Câmara
Municipal até março de 2017, e verificou-se, através de documentações já
obtidas com a Câmara e análises feitas, que ele efetivamente não trabalhou
nesse período, configurando o crime de peculato", informou o delegado
Rafael Augusto de Andrade, um dos responsáveis pela operação, durante coletiva
realizada no auditório do Centro de Governo do Baixo Amazonas, no final da
manhã de hoje.
A Polícia Civil classificou como "associação
criminosa" o esquema descoberto a partir de sete meses de investigações.
Empresários usavam empresas ligadas ao setor de panificação, por exemplo, para
lavar dinheiro do tráfico de drogas, praticando valores abaixo de mercado,
aumentando substancialmente seu patrimônio. "São investigados hoje crimes
de peculato, tráfico e associação para o tráfico e lavagem de dinheiro,
essencialmente dado o grande volume movimentado nessas contas correntes em
exíguo espaço de tempo. Não há uma evolução patrimonial compatível com as
atividades empresariais desenvolvidas”, reitera Rafael Andrade.
Fonte:
Portal ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário