Cem mil mulheres do
campo, da cidade, da floresta e das águas marcharam nesta quarta-feira (14), em
Brasília (DF), em defesa de um Brasil com soberania popular, democracia,
justiça, igualdade e livre de violência. A caminhada da Marcha das Margaridas
começou às 7h no Eixo Monumental e terminou por volta de meio dia, na Esplanada
dos Ministérios. As ativistas reivindicaram um país como mais oportunidades para
todos e trouxeram questões específicas enfrentadas pelas mulheres rurais, como
os diversos tipos de violência, o preconceito, a falta de reconhecimento do
trabalho produtivo e doméstico, entre outros temas. A CNTE esteve presente no
ato e na construção da Marcha das Margaridas - os sindicatos filiados vieram de
todas as regiões do país e participaram ativamente da manifestação.
A secretária de relações de gênero da CNTE, Berenice
D'arc, avalia: "A marcha traz eixos importantes, entre eles dois que são
fundamentaiss para a nossa luta: o da educação pública e o da reforma da
previdência. Então nós, da direção da CNTE, entendemos que esse é um momento de
resistência à retirada de recursos da educação, e à tentativa de aprovar uma
reforma da previdência que prejudica diretamente as mulheres - lembrando que a
nossa categoria tem amplo número de mulheres na base".
Para Berenice D`arc, é importante destacar a luta que vai
além da educação e explica que é preciso reforçar a relação entre as mulheres
do campo e da cidade: "A marcha das margaridas traz o debate sobre a
sustentabilidade e a luta contra os agrotóxicos. O governo não tem mostrado
nenhuma vergonha de apoiar o agronegócio mesmo se isso colocar em risco a saúde
dos povos indígenas e das mulheres do campo, que lidam diretamente com
plantações. Aliás a saúde das mulheres também vem sofrendo ataques do governo e
é um dos eixos de reivindicação da Marcha".
Na avaliação geral da secretária de relações de gênero da
CNTE, Berenice D'arc, foi uma marcha muito positiva: "Esse foi um dos
maiores movimentos organizados dos trabalhadores neste ano e que também trouxe
a pauta do restabelecimento da democracia do país, que está sendo
desrespeitada, da Constituição, dos direitos que estão sendo retirados, então a
marcha é uma ação vitoriosa. Hoje tivemos 100 mil pessoas na esplanada dizendo
não ao governo Bolsonaro machista, racista e homofóbico".
Sobre
a Marcha das Margaridas
A Marcha das Margaridas é uma ação estratégica das
mulheres do campo e da floresta que integra a agenda permanente do Movimento
Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e de movimentos feministas e
de mulheres. A primeira edição, em 2000, reuniu cerca de 20 mil agricultoras,
quilombolas, indígenas, pescadoras e extrativistas de todo o Brasil. O nome da
marcha é uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida
Maria Alves, assassinada em 1983 quando lutava pelos direitos dos trabalhadores
na Paraíba.
Fonte: SINTEP-MT/CNTE
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