O deputado federal
Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), presidente da Força Sindical, afirmou nesta
quinta-feira, 8, que as principais centrais sindicais do Brasil não concordam
com alguns dos pilares da proposta de reforma da Previdência enviada esta
semana pelo governo ao Congresso. Segundo ele, entre esses pontos estão a idade
mínima de 65 anos, a equiparação entre homens e mulheres e a desvinculação das
pensões em relação ao salário-mínimo. “O homem não lava nem um prato em casa,
enquanto a mulher tem jornada dupla, tripla. Não é justo se aposentarem com a
mesma idade”, comentou.
Paulinho falou na
entrada de um encontro das centrais para discutir a proposta. Segundo ele, o
grupo deve definir dois ou três pontos essenciais para apresentar como emenda
ao projeto de reforma, possivelmente no início do próximo ano, tendo em vista
os prazos regimentais.
De acordo com
Paulinho, a admissibilidade do projeto deve ser aprovada facilmente pela
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o governo tem ampla maioria. Ele
não acredita, no entanto, que a proposta seja aprovada pelo plenário. “Ontem
mesmo vários deputados que têm menos de 50 anos e também serão afetados pela
proposta me disseram que não vão aprovar”, comentou.
Segundo ele, a
reforma não gera um real a mais de dinheiro para a Previdência – o que há é
redução dos gastos no longo prazo – e antes de propor essa alterações tão duras
o governo deveria adotar outras medidas.
O sindicalista
citou algumas propostas que já foram apresentadas pelas centrais para gerar
receita para a Previdência, como a venda de imóveis que não estão sendo
utilizados, o fim de desonerações sobre a folha de pagamento, revisão da
isenção para entidades filantrópicas, criação de um Refis para as dívidas
previdenciárias e aumento das alíquotas para o agronegócio. “Isso não
resolveria o rombo, mas depois dessas medidas poderia haver proposta uma
reforma mais suave.”
O deputado disse
que ainda precisa definir com as centrais quais serão as contrapropostas
apresentadas, mas apontou que desejaria mudanças na transição do regime atual
para o futuro e também na idade mínima. “Poderia ser 60 anos para homens e 58
para mulheres, não sei, ainda precisamos decidir”, disse. “É preciso
sensibilidade social e a busca de uma solução equilibrada que não penalize,
principalmente, os menos favorecidos economicamente”, acrescentou.
Fonte: Estadão
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