O empresário já vinha sendo monitorado pela polícia e foi detido na última quinta-feira (9) (Foto: Mauro Ângelo) |
Cerca
de R$ 1 milhão foi roubado dos cofres públicos do Pará durante 1
ano de fraude na inserção de dados do programa de cadastro rural. O
acusado é o proprietário de uma empresa de terraplenagem que venceu
a licitação do estado e percebeu a oportunidade de aplicar o golpe
nos cofres públicos. Wirllen Bitencourt da Silva, 35 anos, está
preso e à disposição da Justiça.
O
programa de Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi criado em 2012 para
beneficiar com créditos florestais os produtores rurais do Estado. É
um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório
para todos os imóveis rurais, que nasceu para integrar informações
ambientais das propriedades e posses rurais, e, assim, servir de base
de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico. No Pará, o processo é administrado pela Secretaria de
Estado de Meio-Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Para
coletar esses dados e realizar os cadastros, o Governo abre uma
convocação para empresas se candidatarem. A Pilar - Terraplenagem,
locações e serviço Ltda - é uma das corporações que ganharam
essa licitação. Com nome fantasia “Plantop”, a empresa, segundo
as investigações, fazia o cadastro de produtores rurais em diversos
municípios, mas o proprietário, Wirllen Bitencourt, teria percebido
a chance de lucrar ilicitamente em cima de uma falha do sistema. Foi
o que informou o delegado Luís Xavier, da Divisão Especializada em
Meio Ambiente (Dema) da Polícia Civil, responsável pela
operação.
COMO FUNCIONAVA
COMO FUNCIONAVA
Segundo
o delegado, o empresário alterava data de nascimento e nome da mãe
de alguns produtores rurais legítimos que já tinham feito o
cadastro e colocava no sistema como se fossem novos cadastros. A
empresa licitada recebe o pagamento referente a cada quilômetro de
terreno cadastrado, o que fez com que se chegasse ao rombo
exorbitante de R$ 1 milhão. “Quem tinha seus dados alterados por
ele acabava enfrentando problemas em bancos, por exemplo, para pedir
empréstimo, e, então, contatava a polícia. E foi assim que
começamos a investigar”, explica o delegado. Assim que se chegou à
suspeita de que Wirllen estava praticando a fraude, o contrato com o
Governo do Estado foi suspenso e ele parou de receber.
Agora,
com provas em mãos e mandados de Justiça expedidos, a Dema
conseguiu prender o empresário em Belém e ainda apreender diversos
documentos que podem auxiliar na investigação, que estavam não
apenas com ele mas também com ex-funcionários da empresa, nos
municípios de Santa Izabel do Pará e Marituba.
DADOS FALSOS
DADOS FALSOS
Wirllen
agora responderá por, pelo menos, o crime de inserção de dados
falsos, podendo ser descobertos outros delitos no decorrer das
investigações. “Não descartamos a possibilidade de ter mais
pessoas envolvidas com o crime e mais pessoas que tiveram seus dados
alterados, além de mais dinheiro obtido com a fraude”, reitera o
delegado Xavier.
A
operação da Dema foi intitulada “Zaqueu”, em referência ao
personagem bíblico que era o responsável pela coleta de impostos em
Jericó e que era odiado pelos judeus por ser considerado um traidor
que trabalhava para o Império Romano.
Por:
Alice Martins Morais
Fonte:
Diáriodo Pará
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