Mais de trinta dias para receber um documento. Esse é o tempo que um usuário do Detran leva para ter seu problema resolvido. Segundo o presidente do Sindetran (Sindicato dos Trabalhadores de Trânsito do Pará), Elison Oliveira, esse é o reflexo das más condições de trabalho dos servidores e de estrutura do órgão, que reflete no atendimento da população. ‘Isso está na nossa pauta social de reivindicações, a realização de concurso público para pelo menos mil cargos, para desafogar o atendimento’, informa. Na manhã desta sexta-feira (22), os servidores decidiram, em assembleia, entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 0h da quinta-feira (28).
A categoria quer a valorização do servidor com a recuperação do poder aquisitivo. ‘Há cinco anos o auxilio alimentação foi reduzido em 25% e esse valor ficou congelado. Queremos ainda o retorno da gratificação de tempo integral, que há dois anos foi reduzido pela metade, para 35%’, explica. A gratificação é paga sobre o salário base para funcionários que cumprem carga horária de 40 horas semanais, sendo duas horas a mais no expediente, por dia da semana.
Ao todo são 1.350 servidores do Detran em todo estado filiados ao sindicato e outros 300, entre temporários e comissionados (DAS). A greve foi aprovada pela maioria dos presentes na assembleia na frente do órgão em Belém. De acordo com o presidente do sindicato, o atendimento deve ficar prejudicado, principalmente com relação aos atendimentos agendados. ‘Hoje o agendamento é feito pelo call center, que é terceirizado. Como o agendamento não vai parar, o atendimento que já é precário com o quadro de funcionários completo, vai ficar ainda pior com a redução por conta da greve’, estima.
Oliveira diz que a greve foi a saída que a categoria encontrou para pressionar o governo a atender suas reivindicações. ‘Hoje o Governo chama, mas não para negociar, mas para comunicar a sua posição. O que queremos é que ele possa ceder minimamente à nossa pauta’, reclama.
ORM News
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