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quarta-feira, 17 de junho de 2015

Em Tucuruí, agricultor é assassinato em conflito agrário


A polícia identificou ontem o trabalhador rural morto durante um conflito na fazenda Petrópolis, na zona rural de Tucuruí, no sudeste do Estado. José Osvaldo Rodrigues de Sousa, 49 anos, foi assassinado com várias coronhadas na cabeça na madrugada de anteontem. O crime ocorreu após quatro dias de conflito entre colonos e supostos seguranças de uma fazenda. Várias casas foram destruídas. O homicídio será investigado pela Delegacia de Conflitos Agrários (Deca). Ninguém havia sido preso preso até ontem à noite. As informações são de O Liberal.

O corpo do agricultor permanece no Instituto Médico Legal (IML) da cidade aguardando a chegada de familiares. No domingo passado, a polícia civil esteve no local, mas não encontrou nenhum suspeito. O ouvidor agrário regional do Incra está em Tucuruí acompanhando o caso e afirma que irá acionar o Ministério Público. Ele disse também que toda situação da fazenda Petrópolis será repassada ao ouvidor agrário nacional do Incra em uma reunião que deverá acontecer hoje, em Belém.

Os colonos assentados na fazenda Petrópolis não querem ser identificados, mas afirmam que os responsáveis pela destruição das casas e pelas ameaças que vêm sofrendo são pistoleiros contratados pelo dono da área ocupada. “Estou vivendo no mato, com medo. Ninguém dorme mais, ninguém come mais, com medo deles”, disse, assustado, um colono.Outro trabalhador rural afirma ter sido ameaçado de morte juntamente com outros trabalhadores. Alguns colonos teriam abandonado a área com medo. “Eles ameaçam. Fizeram a gente abrir o nosso barraco, na marra, dizendo que eram policiais. Eles arrombaram a porta, deram dois tiros, jogaram pedra para quebrar a porta e nós ficamos quietos. Eles entraram e disseram para a gente botar as mãos na cabeça e ficar de joelho, botaram uma sacola na nossa cabeça para descobrir quem era o dono, mas o dono não estava no barraco esse dia. Tem uns 12 que já foram embora com medo”, relata um trabalhador.

O presidente do Sindicato Regional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Roberto Elias, lamenta a morte de mais um colono em conflito de terra e espera que o ocorrido possa servir para agilizar o processo de regularização da área da fazenda, ocupada, segundo ele, há cerca de 13 anos. “São uns quatro dias de conflito tensos e que os trabalhadores estão saindo com marcas bastante profundas. Esperamos que a partir de agora sejam tomadas as devidas providências”, disse o presidente.

Fonte: O Xingu

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