Estado
supera Acre, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia em destruição
FOTO: Oswaldo Forte |
Um
boletim divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o Pará é o estado
brasileiro que mais desmata a Amazônia. Em menos de um ano, o Estado
contribuiu com 852 quilômetros quadrados de desmatamento, mais da
metade da área de 1.589 quilômetros quadrados desmatados em
conjunto pelos estados de Mato Grosso, Amazonas, Rondônia e Acre. A
área verde perdida no Estado, só em maio de 2018, é duas vezes
maior que a cidade de Belo Horizonte, um dano 73% maior na comparação
com o mesmo período do ano passado.
Em
2018, o aumento do desmatamento na Amazônia brasileira foi de 22%,
enquanto que em 2017 a expansão devastadora foi de 21%. O
crescimento ininterrupto das florestas derrubadas já vem sendo
registrado há mais de cinco anos e os dois municípios
caracterizados como os que mais desmatam em todo o Brasil são
paraenses: em primeiro lugar está Altamira, que somou 111
quilômetros quadrados de área desmatada, em menos de um ano, e em
seguida aparece Novo Progresso, cujo desmatamento total, no mesmo
período, alcançou 65 quilômetros quadrados.
O
mais grave é que os dados apontados pelo boletim não se referem
apenas às áreas onde o desmatamento é permitido. Só no Pará, 52%
do desmate de 2018 ocorreu em áreas protegidas por lei, como
unidades de conservação e terras indígenas. Entre as dez unidades
de conservação mais destruídas, sete estão no Pará, e duas das
três terras indígenas mais afetadas são paraenses.
Muitas
das chamadas Florestas Nacionais (Flonas) também foram atingidas,
apesar de ser totalmente ilegal a exploração nesse tipo de unidade,
com exceção das explorações sustentáveis concretizadas por
indígenas e ribeirinhos. No Pará, os danos mais severos foram nas
florestas nacionais do Jamanxim, de Altamira e de Itaituba II.
Mesmo
com os efeitos devastadores provocados pela ação ilegal, há grupos
políticos tentando conseguir a diminuição das áreas protegidas
por lei. Em junho de 2017, o Senado aprovou um projeto de lei que
transformava 37% da Floresta Nacional do Jamanxim, que se situa no
Pará, em Área de Proteção Ambiental (APA), um tipo de unidade
cujas normas de proteção são menos rígidas que aquelas
preconizadas para as florestas nacionais. Ante o veto dado pelo
presidente da República ao projeto inicial, menos de 30 dias depois
da decisão um novo projeto, requisitando a transformação de uma
porcentagem menor da floresta nacional em área de proteção, foi
enviado ao Congresso Nacional.
Fonte:
Portal ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário