A construção de uma nova casa de farinha é uma das melhorias previstas para compensar os impactos que a aldeia pode sofrer com a construção da usina. A obra, uma das mais esperadas pela comunidade, ainda não foi concluída. A empresa contratada pela Norte Energia não terminou o barracão. Os índios produzem de forma precária em um barraco coberto de palha, que molha quando chove. “Já era para estar feita a casa de farinha, aí atrapalha tudinho”, reclama o guerreiro Beppry Xikrin.
Na aldeia Pot’krô não é diferente. O sistema de saneamento também está com problemas. Um dos filtros não funciona mais. A construção de escolas e postos de saúde também está no plano elaborado para beneficiar as aldeias, mas, por enquanto, só foi feita a limpeza dos terrenos e as crianças estudam em salas improvisadas, com pouca iluminação e quentes. “Todas as comunidades estão cansadas de ouvir mentira, promessa, nada de acontecer na prática”, afirmou a liderança Bebere.
Os problemas que afetam as comunidades indígenas foram denunciados durante protestos das lideranças em Altamira, no mês de abril. Eles exigem que a licença de liberação de construção da usina só seja liberada pelo Ibama depois da conclusão das obras. “Pelo jeito que eu estou vendo vai passar esse ano, vai começar o outro e essas obras não vão ser entregues”, disse o guerreiro Nanbu Kaiapó. As mulheres da aldeia Pot’krô manifestaram indignação e disseram que vão lutar para realizar o sonho de ter educação e saúde para os filhos.
G1 Pará
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