Categoria pede reajuste salarial
com reposição da inflação e é contra a privatização da empresa. Estatal fala em
'paralisação parcial' e diz que colocou em prática plano para 'minimizar os
impactos à população'.
Funcionários dos Correios entraram em greve na manhã desta quarta-feira (11). — Foto: Everson Moreira/RPC |
Os
funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A
greve foi decretada na noite desta terça-feira (10) em assembleias realizadas
em diferentes estados do país. Até por volta das 13h desta quarta, sindicatos
de 23 estados e do DF confirmavam ter aderido à greve.
A
Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos
Correios (Findect) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmam que a greve é geral e que
todos os 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios aderiram ao movimento.
Em nota,
a direção dos Correios afirma que a paralisação é parcial e já colocou em
prática um "plano de continuidade de negócios para minimizar os impactos à
população".
A
categoria pede reposição da inflação do período e é contra a privatização da
estatal, que foi incluída no mês passado
no programa de privatizações do governo Bolsonaro.
Os
trabalhadores querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães
do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.
"A
decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de
lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da
família", afirmou em nota a Findect.
"Mesmo
com a mediação do TST, a empresa não recebe os representantes dos trabalhadores
há mais de 40 dias e se nega a negociar, pois insiste em reduzir benefícios que
rebaixariam ainda mais o salário da categoria, que já é o pior entre todas as
estatais", disse a Fentect.
O que diz a empresa
Segundo os Correios, a greve "não afeta os
serviços de atendimento da estatal". A empresa informou que pela manhã 82%
do efetivo total estava trabalhando regularmente.
Parte dos funcionários do Correio entram em greve em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Vinícius Alves/CBN |
Em nota,
a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os
representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições
possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3
bilhões".
A estatal
ainda não divulgou balanço sobre os impactos da greve, mas fala em
"paralisação parcial". "O principal compromisso da direção dos
Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável", acrescentou.
Ainda
segundo a empresa, a paralisação dos funcionários "agrava ainda mais a
combalida situação econômica da estatal". "Os Correios contam com a
compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se
engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de
eficiência dos serviços prestados à população brasileira", completou.
Fonte: G1
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