NOTA DE REPÚDIO
Hoje fui vítima de uma restrição
de liberdade, uma limitação ao meu direito de locomoção, que como é de
conhecimento de todos já é limitada em virtude da minha condição de cadeirante.
Por conta do evento FESTSOL, que
todos amamos e participamos a organização e administração de fato não permitem
o acesso de automóveis “não autorizados”, para entrarem na parte mais próximo
das barracas e do palco.
Contudo, por conta da areia, fica
impossível trafegar na cadeira de Rodas, dessa forma como naturalmente fazemos,
sempre sou levado à praia sem o uso da cadeira, o carro de um amigo me deixa o
mais próximo da área de banho e de lá sou carregado por um amigo.
Hoje ao chegarmos, informamos a
condição da dificuldade de locomoção e o responsável pela portaria permitiu que
o motorista me deixasse no lugar costumeiro e voltasse a estacionar fora da
área de trânsito para pedestre já que lá não podia permanecer o carro, correto
o posicionamento assim fizemos.
No momento de voltarmos para casa
meu amigo novamente tentou entrar com o carro na referida área, mas as pessoas
que estavam na portaria, não permitiram a entrada do veículo seguindo ordens do
senhor Paulinho dos Caramelos, alegando não ser possível que o carro entrasse
pois não tinha autorização, e mesmo sendo explicado que era apenas para buscar
um cadeirante e lá não permaneceria por um fração maior que 5 min.
É inadmissível nos dias de hoje
nos depararmos e sermos submetidos a um total desrespeito e afronta a um
direito fundamental garantido pela Constituição Federal, o direito de “IR e
VIR”.
Artigo 5º, inciso XV: “É livre a
locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou sair com seus bens”
Todo cidadão tem direito de se
locomover livremente nas ruas, nas praças, nos lugares públicos, nas praias sem
temor de serem privados de locomoção”.
Eu, um homem de mais de 90 kg,
tive que ser carregado por meu amigo por um caminho aproximadamente 800 metros,
por conta da falta de humanidade, cidadania e respeito de pessoas que são
colocadas em postos públicos sem sequer serem esclarecidas de funções básicas,
sendo obrigadas apenas a seguir regras incisivas, sem se atentarem as
especificações das minorias.
O que peço hoje ao poder público,
não é uma esteira de borracha para que eu mesmo possa conduzir a minha cadeira
pela praia, nem tão pouco uma cadeira anfíbia para que possam me conduzir no
espaço de areia, mas simplesmente que o Poder Público não permita que as
pessoas que são colocadas à disposição do Serviço, não transgridam os direitos
das pessoas, que o responsável saiba ter sensibilidade com a causa das
minorias, e não simplesmente dar ordens sem se atentar a algumas
especificações.
Isso é uma questão de Cidadania,
de Inclusão Social e de respeito aos direitos fundamentais das pessoas.
Breno Klauter Souza Torres
Fonte: Porto
de Moz em Foco
Nenhum comentário:
Postar um comentário