Foi
divulgado um estudo do Ministério do Trabalho que mostra uma triste
realidade para o povo paraense. Segundo o relatório do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Pará é líder em
taxas de desemprego da região Norte. No 1º semestre deste ano,
cerca de 120 mil pessoas foram demitidas no Estado, acima dos 114,1
mil contratados.
E
os dois municípios que mais sofrem com o desemprego, em todo o
Norte, também ficam aqui: Altamira e Canaã dos Carajás. No
primeiro semestre deste ano, Altamira demitiu 6,2 mil trabalhadores e
contratou apenas 2,8 mil. Isso representa um saldo negativo de 3,4
mil postos de trabalho, uma queda de 16,2% no número do emprego
formal nos 6 primeiros meses de 2017, em comparação a 2016.
E
a situação vem piorando. Só em junho, o município demitiu quase
1,1 mil pessoas. Já Canaã dos Carajás dispensou 5,5 mil
trabalhadores no primeiro semestre e contratou apenas 1,5 mil
pessoas, fechando o período com menos 4 mil postos de trabalho.
A
situação tem se repetido. Nos últimos 12 meses, Altamira demitiu
15 mil pessoas e ficou com saldo negativo de 8,5 mil postos de
trabalho (queda de 32,8% no emprego). O mesmo ocorreu em Canaã dos
Carajás, que, também em 12 meses, fechou 14,2 mil vagas e admitiu
apenas 3,7 mil pessoas.
A
situação se repete em diferentes municípios do Pará e fez com que
o Estado fechasse 6 mil postos de trabalho na análise semestral. Em
12 meses, o saldo de empregos no Pará é negativo em quase 21,8 mil
vagas. Os resultados revelam a “falta de políticas públicas do
Governo do Estado voltadas para a geração de emprego e renda”,
observa o professor Assis Costa Oliveira, da Universidade Federal do
Pará (UFPA) e especialista em Cidadania e Justiça Social. No caso
de Altamira, o fim das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte é
apontado como principal responsável pela alta taxa de desemprego.
Porém, para o professor da UFPA, faltou planejamento do Estado, que
não soube atrair investimentos para o município em momentos de
expansão econômica. “Desde o início, já se sabia que as obras
tinham data para terminar”, diz Oliveira.
Po
Lívia Ferrari e Erica Ribeiro
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