Paris, 19 jan (EFE).- A sonda Rosetta da Agência Espacial
Europeia, equipamento astronômica que está há dez anos viajando pelo Sistema
Solar, prepara-se para sair amanhã de sua hibernação e preparar a primeira
aterrissagem da história em um cometa em voo.
Paris, 19
jan (EFE).- A sonda Rosetta da Agência Espacial Europeia, equipamento
astronômica que está há dez anos viajando pelo Sistema Solar, prepara-se para
sair amanhã de sua hibernação e preparar a primeira aterrissagem da história em
um cometa em voo.
'Tenho
bastante confiança em que funcionará. O momento-chave será o 'despertar' da
sonda após quase dois anos e meio em hibernação', explicou à Agência Efe
Nicolas Altobelli, um dos cientistas da ESA que participam da missão.
Os
astrônomos consideram que os cometas podem ser comparados aos primeiros tijolos
com que o Sistema Solar foi construído e, talvez, os veículos que trouxeram
água à Terra e possibilitaram a aparição da vida.
'Acredita-se
que tenham surgido no início do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos,
e que se mantêm quase idênticos ao que eram em seu nascimento', acrescenta o
especialista.
Para
resolver esses e outros enigmas, a ESA consagrou 1 bilhão de euros (cerca de
US$ 1,365 bilhão) a essa ambiciosa missão que decolou em março de 2004 a bordo
de um foguete Ariane 5 desde o Centro Espacial Europeu de Kuru, na a Guiana
Francesa rumo ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Desde então,
Rosetta traçou uma complexa série de órbitas, aproveitando em quatro ocasiões o
impulso gravitacional da Terra (2005, 2007, 2009) e de Marte (2007), e chegou
ao momento-chave de sua tarefa.
Se tudo sai
como está previsto, nesta segunda-feira às 10h GMT (8h de Brasília) o relógio
do computador central da nave fará soar o despertador e Rosetta, hibernando para
economizar combustível, apontará com sua antena à Terra e voltará a enviar
informações às estações de controle.
O aparelho,
que viaja a 135 mil km/h, estará ainda a 9 milhões de quilômetros de seu alvo.
Para começar a preparar a ambiciosa aterrissagem, primeiro o dispositivo
precisará provar que todos seus instrumentos científicos funcionam corretamente
após o longo percurso.
Em maio,
quando a Rosetta estiver a apenas 2 milhões de quilômetros de seu anfitrião,
fará a que se considera a manobra crítica, na qual corrigirá sua velocidade e
sua trajetória, e começará a enviar fotografias do 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Em agosto,
mais de dez anos após sair da Terra, chegará às proximidades do cometa. Então
se dedicará a cartografar a superfície e enviará dados à Terra para encontrar
'o melhor lugar de aterrissagem'.
Uma vez
selecionado o ponto ideal, a sonda liberará um veículo de 100 quilos, Philae,
que posará sobre o cometa.
'Ele lançará
arpões ao chão para se ancorar, porque a gravidade é muito baixa e, não fosse
assim, rebateria', resume Altobelli, que explica que a quase ausência de
gravidade faz com que a aterrissagem seja, em princípio, mais complexo que o de
um aparelho similar na superfície de Marte.
Esse
veículo, que dispõe de nove ferramentas como indicadores de gás, câmeras
panorâmicas e sondas para analisar as ondas de rádio do núcleo, passará entre
um e dois meses fazendo fotografias e recolhendo mostras que analisará junto
com sua sonda matriz, que orbitará, enquanto isso, ao redor do cometa.
Quando seus
painéis solares se cobrirem de pó, Philae deixará de funcionar. Mas a sonda
Rosetta permanecerá orbitando ao redor do cometa e reunindo dados durante pelo
menos mais um ano.
Para isso
conta com dez complexos instrumentos científicos, entre os quais estão o
telescópio Alice, desenhado para captar a faixa eletromagnética ultravioleta, a
câmera Osiris, e vários espectrômetros de massa para analisar o pó e a
atmosfera do cometa.
O
67P/Churyumov-Gerasimenko passará por seu ponto mais próximo ao sol (agosto de
2015), enquanto Rosetta segue orbitando ao seu redor e colhendo dados.
'Pela
primeira vez seremos capazes de analisar um cometa durante um longo período de
tempo' e isso nos dará 'uma visão interna de como trabalha um cometa para nos
ajudar a decifrar o papel que desempenham no Sistema Solar', sintetiza Matt
Taylor, cientista que atua na missão.
Fonte: Copyright
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