Brasil Novo Notícias: 'Estamos pior do que mendigo', diz índio da região do Xingu

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

'Estamos pior do que mendigo', diz índio da região do Xingu

Índios protestaram ocupando sede da Funai em Altamira. Eles ocupam também o campus da UFPA no município.


Do G1 PA

O líder índigena Leo Xipaia denunciou na última quarta-feira (10), durante ocupação da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Altamira, no sudeste do estado, as condições atuais de vida das tribos. "Estamos pior do que mendigo, dormindo aqui na calçada da Funai. O pessoal aqui da universidade já reclamou e tentou nos botar para fora", disse.
O protesto reúne líderes de 24 aldeias da região do Xingu, pertencentes às etnias Xipaia, Parakanã, Xikrin, Araweté e Assurini, por exemplo, paralisaram as atividades dos servidores da Funai na quarta. Eles pedem afastamento da coordenadora regional, Estela Libardi.
Os índios reclamam dos atrasos na entrega da nova Casa do Índio, que está sendo construída pela empresa Norte Energia, responsável pela implantação da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Eles denunciam a falta de um espaço adequado para acomodar os índios que vem das aldeias para a cidade.
UFPA
Por semana, cerca de 50 índios de diversas etnias de forma improvisada na sede da Fundação e nas instalações da Universidade Federal do Pará (UFPA), no município. A maioria é de crianças, mulheres e idosos. Os indígenas dormem em redes atadas nos corredores da instituição. Passam o dia sentados no chão. Estendem as roupas em varais improvisados.

Segundo a coordenadora do campus, a situação se agravou nos últimos três anos, quando os índios passaram a ir para a zona urbana com mais frequência.
"O campus de Altamira não tem condições de tocar suas atividades de ensino, pesquisa e extensão com ocupação constante dos indígenas. É sujeira no local, os banheiros sem condições de uso, os bebedouros também já estão sem condições de uso, fora o odor de fezes e urina. É constrangedor", disse Ivonete Coutinho, coordenadora do campus.
As lideranças indígenas entregaram um documento com as reivindicações ao procurador da Funai em Altamira. A pauta também foi encaminhada aos responsáveis pela Funai em Brasília, ao Ministério da Justiça e à Casa de Governo.

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