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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Estudante vítima de injúria racial pela internet recebe mensagens de apoio


A Universidade Federal do Pará (UFPA) condenou a injúria racial sofrida pela estudante Sonia Regina Abreu, do Campus de Altamira, no sudeste do Pará. Em nota oficial divulgada na última terça-feira (16), a instituição disse que “vem em público manifestar seu repúdio e protesto contra o ato de preconceito racial e violência cometido contra a aluna do Curso de Engenharia Florestal Sônia Abreu nos dias 11 e 12 de setembro do corrente ano, através de páginas de relacionamento social e emails eletrônicos”.
A jovem de 27 anos foi ofendida pelas redes sociais na quinta-feira (11). O agressor utilizou um perfil falso e disse para a vítima que, em Altamira, "não há lugar para negros sujos". O suspeito, que ainda não foi identificado, ameaçou a estudante anos dizendo que "neguinha como você a gente estupra e depois queima para não poluir o solo. Lugar de negro é na senzala ou a sete palmos". Ele chegou até a enviar um e-mail para a vítima, debochando das ameaças e dizendo que teria feito as ofensas usando um computador operado pela vítima, dentro da universidade. A polícia abriu um inquérito para tentar descobrir a indetidade do criminoso.

De acordo com UFPA, servidores, professores, técnicos e alunos da universidade se solidarizam à estudante. “Diante do exposto, reiteramos com veemência o nosso repúdio a tais práticas e sugerimos que a sociedade possa, no exercício da sua cidadania, somar forças e cobrar dos órgãos competentes ações que promovam a vida com igualdade e justiça. Esclarecemos que é missão da UFPA o respeito à ética e a diversidade étnica, cultural e biológica. Portanto abominamos qualquer forma de preconceito e discriminação, sendo nossa responsabilidade e compromisso lutar para que tais atos criminosos sejam devidamente punidos”, finaliza o texto oficial.

Solidariedade na rede

No perfil pessoal da universitária no Facebook diversas pessoas postaram mensagens de apoio e solidariedade, protestando contra as agressões sofridas pela jovem.

“As ameaças dessa pessoa não podem ficar impunes! Admiro vc pela coragem de seguir em frente com a questão! Saiba que a causa não é só sua e sim de toda sociedade no combate a essa desgraça da humanidade que é o racismo! podemos até não conseguir mudar o mundo todo, mas uma boa parte sim porque as pessoas tem que se conscientizarem de que somos todos iguais, indepedente de raça, credo ou cor!”, diz um dos textos.

Em outra mensagem, é possível ler “Querida Sonia, em sua fibra de mulher vencedora, não se deixe vencer: de cabeça erguida, não deixe de dizer a palavra-denúncia, em seu nome e em nome de todas as pessoas que passam por isso. Lugar da negra, do negro, do pobre, do indígena, dos excluídos e renegados... é na Universidade!”

Estudantes da UFPA e de cursinhos pré-universitários chegaram a publicar fotos com cartazes em que se lê “#racismo, tô fora! Que a UFPA se pinte de povo.#Somostodossoniaregina”. Um grupo de alunos do campus de Belém está fazendo uma mobilização para realizar um ato de repúdio contra a violência racial e pedindo justiça para Sonia na próxima sexta-feira (19), na capital paraense.

G1 PA

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