Brasil Novo Notícias: Ofensas racistas podem ter partido de pessoa próxima de jovem, diz MP

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Ofensas racistas podem ter partido de pessoa próxima de jovem, diz MP


A estudante Sonia Regina Abreu, que sofreu ofensas racistas pela internet, prestou depoimento no Ministério Público de Altamira, sudeste do Pará, nesta terça-feira (16). Após conversar com a jovem, os promotores acreditam que as ameaças feitas à Sônia possam ter partido de alguém próximo da jovem.

Na última quinta-feira (11), Sonia sofreu injúria racial nas redes sociais. Segundo a Polícia Civil, o agressor utilizou um perfil falso e disse para a vítima que, em Altamira, "não há lugar para negros sujos". O suspeito, que ainda não foi identificado, ameaçou a jovem de 27 anos dizendo que "neguinha como você a gente estupra e depois queima para não poluir o solo. Lugar de negro é na senzala ou a sete palmos". Ele chegou até a enviar um e-mail para a vítima, debochando das ameaças e dizendo que teria feito as ofensas usando um computador operado pela vítima, dentro da universidade.
Segundo o Ministério Público, é justamente este e-mail que pode dar pistas sobre a identidade do criminoso que ameaçou a estudante: como poucas pessoas sabiam que a jovem iria denunciar o caso, é provável que o agressor conhecesse a vítima pessoalmente, ou tivesse contato com amigos dela, como um colega de faculdade.

Proteção

O Ministério Público também informou que a jovem recebeu oferta de ajuda de programas de proteção à mulher, porém a vítima recusou a proposta já que entrar neste tipo de programa traria um grande impacto na vida da estudante, que precisaria se mudar e largar os estudos.

Investigações

O notebook pessoal da jovem foi coletado pela Polícia Civil e deve ser periciado pelo Instituto Médico Legal no Pará. De acordo com o delegado Rodrigo Leão, a polícia pode descobrir de onde partiram as ameaças através da quebra do sigilo do IP, que é uma espécie de endereço virtual dos computadores.

Entenda o caso

Sonia Regina foi vítima ofendida pela internet na quinta-feira (11), quando um perfil identificado como "Branco White" disse que não havia lugar para "negros sujos na cidade", e que era hora de limpar Altamira desta "peste negra" (veja vídeo ao lado). A estudante ficou abalada e procurou a polícia, que abriu um inquérito para investigar o caso na última segunda-feira (15).

De acordo com o Ministério Público, o agressor de Sonia cometeu pelo menos dois crimes: injuria racial, que é a ofensa dirigida à pessoa; e racismo ao direcionar o ódio para todos os negros. A promotoria não descarta que o suspeito também tenha associação com grupos ligados a crimes de intolerância racioal em outros estados e até mesmo fora do Brasil.

G1 PA

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