As lideranças indígenas de aldeias
localizadas no entorno das obras da hidrelétrica de Belo Monte, em
construção no rio Xingu, no Pará, frustraram os planos da Fundação
Nacional do Índio (Funai). A fundação pretendia reuni-los em Brasília
hoje, com a participação da Norte Energia, responsável por Belo Monte.
“Os indígenas reunidos em Altamira
decidiram que apenas iriam fazer a visita a um mecanismo em
funcionamento, no Rio de Janeiro, e depois informar aos demais indígenas
da região”, informou a Funai.
A Funai tem enfrentado uma série de
dificuldades para intermediar o relacionamento entre os índios locais, o
consórcio de Belo Monte e representantes do governo.
Em carta destinada às “lideranças da
Terra Indígena Trincheira Bacajá”, a presidente da Funai, Marta Maria
do Amaral Azevedo, afirma que “a Funai está sendo pressionada a se
manifestar até semana que vem”.
No mês passado, índios invadiram os
canteiros de obra de Belo Monte e permaneceram no local por vários dias,
em protesto contra a falta de execução de ações condicionantes da obra
assumidas pela Norte Energia. O Ministério Público Federal no Pará
pediu, mais uma vez, a paralisação imediata do empreendimento. Já são 15
ações contra a hidrelétrica movidas pelo MPF.
No centro da polêmica indígena de
Belo Monte está o fim dos pagamentos mensais que a Norte Energia vem
fazendo há dois anos para os índios. Cada aldeia tem recebido R$ 30 mil
por mês para compras gerais, repasse que será paralisado a partir da
execução do Programa Básico Ambiental (PBA) indígena, que prevê as ações
voltadas especificamente para mitigar impactos às aldeias locais.
Fonte: Revista Valor Econômico
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