Brasil Novo Notícias: Caso das mulheres de Vitória do Xingu lança nova luz sobre o assunto

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Caso das mulheres de Vitória do Xingu lança nova luz sobre o assunto

Os gaúchos Carlos Fabrício Pinheiro, 33 anos, e Adriano Cansan, 20, foram presos na região de Vitória do Xingu, em Altamira, na semana passada. A casa de prostituição gerenciada pela dupla foi desarticulada pela Polícia Civil. O local funcionava por meio de um esquema de tráfico interno de pessoas para exploração sexual, na zona rural de Vitória do Xingu, oeste do Pará. No local, cinco pessoas eram mantidas em cárcere privado - uma travesti, três mulheres adultas e uma adolescente - todas da região Sul do Brasil. As vítimas foram devolvidas aos familiares em seus Estados de origem. E a casa de prostituição, desativada.
Ambos foram enquadrados no Código Penal Brasileiro, nos artigos 231-A, por tráfico de pessoas para exploração sexual; 218-B, por submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual pessoa menor de 18 anos; 228, por induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual; 229 por manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, visando lucro, ou por mediação direta do proprietário ou gerente, e 230, por tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente dos lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem exerça a prática ilegal.
Carlos e Adriano foram presos em flagrante e encaminhados, inicialmente, para a sede da Superintendência da Polícia Civil na Região do Xingu, em Altamira, para lavratura dos procedimentos policiais. O crime foi denunciado por uma adolescente de 16 anos, que, naquele mesmo dia 13, fugiu do estabelecimento. A prática criminosa foi confirmada, por volta de 22 horas, durante operação policial deflagrada pela Polícia Civil sob a coordenação do superintendente regional, delegado Cristiano Marcelo do Nascimento.
A denúncia foi apresentada à Polícia Civil por meio de representantes do Conselho Tutelar de Altamira procurados pela adolescente. A conselheira tutelar Lucenilda Lima foi procurada pela jovem, uma gaúcha nascida em Maraú, no Estado do Rio Grande do Sul. Ainda conforme a Polícia Civil, a garota denunciou que foi trazida do Estado de origem para o Pará, por um homem, sob a promessa de trabalhar em uma boate, onde ganharia R$ 14 mil por semana. Mas, ao chegar ao Pará, a situação eram bem diferente. Ela foi levada para a zona rural do município de Vitória do Xingu, onde ficou levada ao prostíbulo, situado no interior de um sítio, na localidade de Vila São Francisco, localizada a uma distância de 20 quilômetros de dois canteiros de obras - "Pimental" e "Canais e Diques" -, da Hidrelétrica de Belo Monte.
E, na quinta-feira, 21, a Polícia Civil de Altamira cumpriu mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça contra a catarinense Solide Fátima Triques, 38 anos, proprietária da boate "Xingu", na zona rural de Vitória do Xingu, de onde quatro pessoas foram resgatadas, vítimas de tráfico de pessoas para exploração sexual na região. Natural de Campos Novos (SC), ela é mulher do gaúcho Adão Rodrigues, também proprietário da casa de prostituição, e que está com mandado de prisão judicial, porém permanece foragido.
A ordem de prisão foi cumprida no momento em que a acusada compareceu à sede da Superintendência da Polícia Civil na Região do Xingu, para audiência. Solide está recolhida no Sistema Penitenciário em Altamira à disposição da Justiça. À delegada Thalita Feitoza, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, em Altamira, a acusada admitiu que, juntamente com o companheiro Adão Rodrigues, comandava a quadrilha responsável pelo esquema de tráfico de pessoas. Ela afirmou ter encomendado a vinda das pessoas aliciadas para a casa de prostituição, em Vitória do Xingu.
Segundo a acusada, tudo foi efetuado junto com o companheiro Adão Rodrigues. Solide, no entanto, negou que as vítimas vivessem trancadas em quartos, exploradas, obrigadas a fazer programas sexuais e sem alimentação adequada. Os acusados foram transferidos para Belém, onde continuam presos, à disposição da Justiça. (D. P.)
O Liberal

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