BRASIL NOVO NOTÍCIA: Gasolina fica até 2,5% mais cara nos postos

sábado, 30 de novembro de 2013

Gasolina fica até 2,5% mais cara nos postos

Após longas e difíceis negociações com o governo, a Petrobras conseguiu aprovar na sexta-feira, 29, um reajuste de 4% nos preços da gasolina e de 8% no óleo diesel a partir deste sábado, 30,  em suas refinarias. O setor de distribuição e revenda prevê que o repasse será imediato para as bombas. A consultoria LCA calcula que o repasse para o consumidor final ficará  em torno de 2% a 2,5%.
O reajuste dos combustíveis deverá ter impacto modesto na inflação, segundo economistas. Considerando os impactos diretos e indiretos, o IPCA deverá ser elevado em 0,24% em dezembro de 2013 e em 2014. "Apesar de o peso da gasolina ser alto no IPCA, o reajuste, ficou abaixo do que o mercado esperava", disse André Perfeito, da Gradual Investimentos.
Segundo a LCA, o maior impacto do aumento da gasolina será sentido ainda neste ano. Já no caso do óleo diesel, o maior efeito será indireto, em fretes e tarifas de transporte público.
"Infelizmente, o mercado vai ficar frustrado, o governo decepcionou. Prevaleceu o controle da inflação, foi uma vitória do ministro da Fazenda (Guido Mantega, também presidente do Conselho de Administração da Petrobras)", disse o analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires.
Em Brasília, fontes da área econômica do governo afirmam que as pressões por novos aumentos vão continuar. "Não tem como a Fazenda fugir de mais pedidos de reajuste ainda este ano",  disse uma fonte.
Com a expectativa do reajuste, as ações da Petrobras tiveram ganho expressivo ontem, ajudando a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar o último pregão de novembro no azul. As ações ordinárias (com voto) subiram 3,3%, e as preferenciais (sem voto), 2,4%. A Bolsa subiu 1,23%, aos 52.482 pontos.
Política de preços
Para analistas, o reajuste era necessário, mas não resolve os problemas da empresa. Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores, dizem que um aumento sem a definição de uma metodologia de preços para a companhia "é apenas um paliativo para o caixa da empresa".
"É preciso definir uma política de preços para a empresa. Na importação de combustíveis, o prejuízo é de
R$ 13,2 bilhões até setembro. Isso gera problemas de caixa e se reflete na capacidade da empresa para investir",  diz Piagentini.

A Petrobras precisa fazer caixa para realizar seu plano de investimentos, de
US$ 236,7 bilhões de 2013 a 2017. A empresa, recentemente, arrematou a área de Libra, no pré-sal, e a maioria dos blocos de gás da 12ª Rodada da ANP. "Sem uma política de preços definida, a Petrobras poderá ter que deixar de investir para importar combustível",  avalia Barbosa.


Da Agências O Globo e Estadão Conteúdo


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