(Foto: Ney Marcondes) |
A violência crescente em
todo o Pará há tempos exemplifica o desgaste do sistema de segurança pública no
Estado. Um dos casos mais emblemáticos desse cenário caótico é a região do
município de Altamira, que chegou a figurar
o topo do ranking de cidades mais violentas do país. A insegurança na região
aumentou principalmente após o início das obras de construção da Usina de Belo
Monte, mesmo com a Norte Energia, empresa responsável pelo empreendimento,
afirmar ter repassado ao Governo do Estado R$ 123 milhões em recursos para a
Segurança Pública. Mas então fica a questão: onde está essa segurança?
A Norte Energia publicou uma nota sobre o caso após uma reportagem publicada no
último domingo (22), pelo programa Fantástico, da TV Globo, apresentar dados
sobre a situação da violência no país. Em um dos trechos, a matéria mostrou a
situação de Altamira, considerada a cidade com maior número de homicídios do
país.
Os dados são do estudo "Atlas da Violência 2017", divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresentando que o município registrou 105,2 homicídios para cada 100 mil pessoas, maior taxa do Brasil. Em comparação, a média nacional é de 28,9 assassinatos por 100 mil pessoas.
Em nota, a Norte Energia contestou os dados, utilizando um sistema similar ao do Mapa da Violência, contagem diferente, afirmando que enquanto o "Atlas da Violência usa como critério todo tipo de morte (inclusive suicídios e acidentes automobilísticos), o Mapa da Violência leva em consideração apenas as mortes relacionadas a crimes dolosos – estes sim, diretamente relacionados à violência". Segundo a pesquisa, Altamira configura como o 101° município com maior número de mortes. Os dados, entretanto, registram apenas as mortes por arma de fogo, sem considerar outros métodos.
A Norte ainda afirma que "já repassou ao Estado do Pará, via acordo de cooperação com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SEGUP), R$ 123 milhões para investimento em segurança pública". O acordo foi assinado em 2011, sendo renovado por mais dois anos em 2015.
Segundo o relatório anual e socioambiental da empresa ainda de 2016, a Norte já havia investido cerca de R$ 100 milhões para a segurança pública, em ações destinadas para 11 municípios na área de influência da Usina. Os recursos seriam destinados "principalmente,a equipar a força policial local. Incluem, assim, compra e aluguel de equipamentos e materiais, como caminhonetes, motocicletas, guinchos, ônibus, lanchas, sistemas de rádio e de vídeo, monitoramento, algemas e coletes à prova de bala", além da aquisição e entrega de um helicóptero modelo EC-145. Mesmo assim, a cidade ainda figurou como a mais violênta do País na pesquisa do Ipea do ano seguinte.
Os dados são do estudo "Atlas da Violência 2017", divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apresentando que o município registrou 105,2 homicídios para cada 100 mil pessoas, maior taxa do Brasil. Em comparação, a média nacional é de 28,9 assassinatos por 100 mil pessoas.
Em nota, a Norte Energia contestou os dados, utilizando um sistema similar ao do Mapa da Violência, contagem diferente, afirmando que enquanto o "Atlas da Violência usa como critério todo tipo de morte (inclusive suicídios e acidentes automobilísticos), o Mapa da Violência leva em consideração apenas as mortes relacionadas a crimes dolosos – estes sim, diretamente relacionados à violência". Segundo a pesquisa, Altamira configura como o 101° município com maior número de mortes. Os dados, entretanto, registram apenas as mortes por arma de fogo, sem considerar outros métodos.
A Norte ainda afirma que "já repassou ao Estado do Pará, via acordo de cooperação com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SEGUP), R$ 123 milhões para investimento em segurança pública". O acordo foi assinado em 2011, sendo renovado por mais dois anos em 2015.
Segundo o relatório anual e socioambiental da empresa ainda de 2016, a Norte já havia investido cerca de R$ 100 milhões para a segurança pública, em ações destinadas para 11 municípios na área de influência da Usina. Os recursos seriam destinados "principalmente,a equipar a força policial local. Incluem, assim, compra e aluguel de equipamentos e materiais, como caminhonetes, motocicletas, guinchos, ônibus, lanchas, sistemas de rádio e de vídeo, monitoramento, algemas e coletes à prova de bala", além da aquisição e entrega de um helicóptero modelo EC-145. Mesmo assim, a cidade ainda figurou como a mais violênta do País na pesquisa do Ipea do ano seguinte.
A Segup informou, através de
nota, que Termo de Cooperação para Execução Direta, firmado entre o Governo do
Estado e o consórcio de Construção de Belo Monte, é fruto da cobrança do Estado
frente ao fato de que grandes infraestruturas causam impactos sociais diretos
em suas áreas de influência e em toda a região, como ocorreu em Altamira, com o
aumento do fluxo de pessoas que migraram para a cidade, e que infelizmente
ampliou as desigualdade sociais e a violência.
Outro agravante é que o
estudo de impacto ambiental que gerou o licenciamento da obra, e foi aprovado
pelo Governo Federal, não levou em consideração as repercussões do
empreendimento para a área da segurança pública, por isso houve a cobrança do
Estado que gerou o termo de cooperação que, ressaltamos, é de execução direta
da Norte Energia e, por sinal, já está com obras em atraso e novamente
recebendo cobrança do Estado através da Procuradoria Geral do Estado.
A nota diz que para cobrar a
Norte Energia a aderir ao Termo, o Estado realizou um estudo de impacto
do empreendimento na área da segurança pública. O estudo, realizado em 2011,
apontou que em cinco anos seriam necessários 1,2 bilhão de reais de aporte de
recursos, entre custeio, pessoal e investimentos na região, somente em
segurança pública para fazer frente às novas demandas geradas pelo
empreendimento.
O primeiro acordo realizado
importou no aporte de 100 milhões de reais em investimentos que ainda estão em
execução diretamente pelo consórcio, sem repasse financeiro direto ao Governo
do Estado, sob a forma de condicionantes ambientais. Nesse formato, o que cabe
ao Governo do Estado é apenas a fiscalização, para garantir a realização das
obras, o que vem acontecendo, inclusive com a cobrança formal, como citado
anteriormente.
O Governo do Estado
apresentou e aprovou junto à empresa diversas ações a serem realizadas, dentre
elas a construção do Centro de Recuperação Masculino de Vitória do Xingu, com
capacidade de 306 vagas para o regime fechado; o Centro de Reeducação Feminino
de Vitória do Xingu, com capacidade de 105 vagas para o regime fechado; a
Colônia Industrial de Vitória do Xingu, com 201 vagas para o regime semiaberto
e a urbanização do complexo penitenciário de Vitória do Xingu. Além disso,
previa a reforma em quarteis da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, e de
outras estruturas físicas do sistema de segurança, com algumas das obras de
reforma já realizadas. As obras do Complexo Penitenciário foram iniciadas, mas,
segundo a Norte Energia, estão paradas aguardando nova licitação.
A Segup diz ainda que dentre
estas ações ocorreu ainda a aquisição de um helicóptero para atendimento da
região, que já era atendida antes pelo Grupamento Aéreo de Segurança Pública
(GRAESP), mas que com o aumento da demanda necessitaria reforçar o número de
aeronaves para continuar proporcionando um bom atendimento a Altamira.
O helicóptero foi orçado em 30 milhões de reais pela área de segurança,
mas foi adquirido, diretamente pelo próprio consórcio de Belo Monte, um
helicóptero EC 145T1 Biturbina, por R$ 47.966.595,80. O valor da compra
foi contestado, por meio da Procuradoria Geral do Estado, questionando o
consórcio acerca do valor pago pela aeronave, de quase R$ 18 milhões a mais em
relação ao valor orçado em termo de referência anterior pelo Estado, já que com
essa diferença a empresa poderia fazer mais aquisições de outros bens dentro do
pactuado para beneficiar a segurança em Altamira.
No entanto, aeronave
adquirida está em funcionamento normal e atua no policiamento preventivo e
repressivo, além de auxílio no transporte aeromédico da população do
Xingu, transporte de tropa, transporte de suprimentos, e é empregado
também em ações provenientes da Defesa Civil, como calamidades públicas, entre
outros.No ano de 2017, o helicóptero foi operado em 50 dias, sendo utilizado em
46 operações, totalizando 79 horas e 16 minutos de vôo atendendo apenas a
região de Altamira/Xingu. Nos três primeiros meses do ano o helicóptero já foi
usado em 30 missões, sendo utilizado, com um total de 47 horas e 31 minutos de
voo. Fora de missões, o helicóptero é guardado no Hangar do GRAESP, que
possui 9 aeronaves, e que mesmo antes da aquisição do helicóptero no consórcio,
já atendia também o município de Altamira.
A inspeção preventiva e/ou
corretiva de manutenção do EC 145 T1 é de total responsabilidade do Governo do
Estado e o valor desse custeio é de R$ 88.700,00 mensal, realizado por uma
empresa terceirizada que presta o acompanhamento diário na aeronave. A média
mensal de combustível (querosene de aviação) no de ano 2017 foi de R$36.496,80.
Em 2018, a média é de R$16.149,45, também custeado pelo Estado.
Fonte: DOL
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