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quinta-feira, 12 de abril de 2018

SIMULADORES JÁ SÃO OBRIGATÓRIOS PARA QUEM VAI TIRAR A CARTEIRA DE MOTORISTA

Interior dos simuladores é fiel ao interior de um veículo
(Foto: Irene Almeida)

Desde o dia 2 de abril deste ano, os interessados em emitir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Pará precisam passar por mais uma etapa no processo de formação: aulas em simuladores de direção veicular. No Estado do Pará, uma parceria entre o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SINDCFC/PA) e a empresa de tecnologia e segurança da informação iTrânsito já oferece centros de simulação com capacidade de atendimento para cerca de 6 mil alunos por mês. 
A obrigatoriedade do uso de simuladores de direção durante o processo de formação do condutor já estava prevista desde 2015, a partir de resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Porém, ainda cabia a cada Estado publicar sua própria portaria regulamentando o processo. No Pará, a regulamentação realizada pelo Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) estabeleceu o dia 2 de abril como prazo para início da exigência.
Jorge Helder diz que convênios permitem o cumprimento
da legislação (Foto: Irene Almeida)
Diretor do iTrânsito, Jorge Helder explica que cada simulador custa em torno de R$50 mil, custo que pode ter grande impacto nos custos operacionais dos Centros de Formação de Condutores (CFC), também conhecidas como autoescolas. Por isso mesmo, uma das soluções possíveis para que as autoescolas cumpram com a exigência é a adoção de convênio para compartilhamento de centros de simulação. “Para não ter de investir altos valores, os centros de formação estabelecem um convênio com as empresas que oferecem esse serviço. No Pará, isso ocorreu com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores e a iTrânsito”, explica.
ESTADO
Jorge Helder aponta que 75% das autoescolas do Estado do Pará já firmaram contrato para compartilhar os centros de simulação da iTrânsito. Já existem, atualmente, 13 centros de simulação montados e equipados em diferentes municípios do Estado, sendo que mais um deve ser inaugurado já na próxima semana na avenida Augusto Montenegro, em Belém. A perspectiva é de que, futuramente, 16 centros atendam a todo o Estado do Pará. “Somente com os centros que já temos, nós já conseguimos atender a toda a demanda, considerando a média de 5.500 CNHs emitidas por mês no Estado.”
ONDE ESTÃO - MUNICÍPIOS
Centros de simulação já funcionam em diversos
 municípios do Pará (Foto: Irene Almeida)
Os municípios de Belém, Ananindeua, Castanhal, Capanema, Paragominas, Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Xinguara, Redenção, Tucuruí, Altamira, Santarém, Itaituba, Abaetetuba possuem centros de simulação do iTrânsito. A escolha das localidades foi baseada nos municípios onde já existem Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) do Detran-Pa.
Máquinas tornam a experiência mais real possível
Em ‘cabines’ individuais, os simuladores imitam de forma muito fiel o interior de um veículo, com bancos, volante, e marchas originais de um carro comum. A diferença fica por conta da realidade virtual em que o aluno é inserido. Três grandes telas ocupam o que, em um veículo, seria o para-brisa do carro. Nas telas, o aluno pode ver a pista em que terá que conduzir – podendo experimentar diferentes condições climáticas (como chuva ou sol), variações de solo e obstáculos (como rampas e elevados). Há ainda a simulação dos retrovisores e todos os acessórios necessários para a condução como luzes de sinalização, marcador de velocidade.
Para o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores (SINDCFC/PA), Edi Carlos Martin, os simuladores trabalham o viés pedagógico da formação do condutor, já que o primeiro contato do aluno com a direção de um veículo não se dá na rua, mas em meio à segurança oferecida pelo simulador. “O simulador prepara o aluno antes da aula prática e dá condições de passar por situações diferentes, como direção à noite, com chuva”. 
De acordo com portaria publicada pelo Detran, a obtenção da CNH na categoria ‘B’ exige o cumprimento de no mínimo 25 horas/aula. Do total, elas deverão ser distribuíras entre 5 horas/aula em simulador de direção veicular e 20 horas/aula em veículo de aprendizagem. Cada aula no simulador tem duração média de 30 minutos. No caso do convênio firmado entre os centros de simulação do iTrânsito e o SINDCFC/PA, é a própria autoescola conveniada que encaminha o aluno para a realização das aulas em simulador, observando o centro mais próximo dele. 
O presidente do sindicato faz um alerta para a população. “O candidato à habilitação deve procurar se informar se aquela autoescola oferece condições para atendê-lo”, aponta. “Às vezes, a autoescola pode até ser credenciada pelo Detran para funcionar, mas ela precisa ter credenciamento que garanta que tem simulador próprio ou ofereça através de centros de compartilhamento.
EM NÚMEROS
37 simuladores - Já estão disponíveis, atualmente, nos centros de simulação do iTrânsito. A ideia é chegar a 72 simuladores até o fim de maio, quando é esperado o pico de demanda. 
Aulas práticas também deverão ser monitoradas
Cada equipamento custa, em média, R$ 50 mil
(Foto: Irene Almeida)
Outra exigência prevista pelo Contran é o monitoramento das aulas práticas realizadas pelos Centros de Formação de Condutores (CFC). Segundo o diretor do iTrânsito, Jorge Helder, o sistema é conhecido como telemetria. 
Através da instalação de sensores nos veículos de instrução, é possível acompanhar os movimentos praticados pelo aluno no trânsito. As informações são enviadas para um tablet instalado dentro do carro que registra possíveis erros e registra a presença do aluno e do instrutor. “O relatório da aula é encaminhado via sistema para o Detran”, aponta Jorge Helder. “Com isso, só poderá emitir a CNH o aluno que realmente fez as aulas exigidas pela lei.” 

Por: Cintia Magno/Diário do Pará
Fonte: DOL

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