Interior dos simuladores é fiel ao interior de um veículo (Foto: Irene Almeida) |
Desde o dia 2 de abril deste ano, os interessados em emitir a Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) no Pará precisam passar por mais uma etapa no
processo de formação: aulas em simuladores de direção veicular. No Estado do
Pará, uma parceria entre o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores
(SINDCFC/PA) e a empresa de tecnologia e segurança da informação iTrânsito já
oferece centros de simulação com capacidade de atendimento para cerca de 6 mil
alunos por mês.
A obrigatoriedade do uso de
simuladores de direção durante o processo de formação do condutor já estava
prevista desde 2015, a partir de resolução do Conselho Nacional de Trânsito
(Contran). Porém, ainda cabia a cada Estado publicar sua própria portaria
regulamentando o processo. No Pará, a regulamentação realizada pelo
Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) estabeleceu o dia 2 de
abril como prazo para início da exigência.
Jorge Helder diz que convênios permitem o cumprimento da legislação (Foto: Irene Almeida) |
Diretor do iTrânsito, Jorge
Helder explica que cada simulador custa em torno de R$50 mil, custo que pode
ter grande impacto nos custos operacionais dos Centros de Formação de
Condutores (CFC), também conhecidas como autoescolas. Por isso mesmo, uma das
soluções possíveis para que as autoescolas cumpram com a exigência é a adoção
de convênio para compartilhamento de centros de simulação. “Para não ter de
investir altos valores, os centros de formação estabelecem um convênio com as
empresas que oferecem esse serviço. No Pará, isso ocorreu com o Sindicato dos
Centros de Formação de Condutores e a iTrânsito”, explica.
ESTADO
Jorge Helder aponta que 75%
das autoescolas do Estado do Pará já firmaram contrato para compartilhar os
centros de simulação da iTrânsito. Já existem, atualmente, 13 centros de
simulação montados e equipados em diferentes municípios do Estado, sendo que mais
um deve ser inaugurado já na próxima semana na avenida Augusto Montenegro, em
Belém. A perspectiva é de que, futuramente, 16 centros atendam a todo o Estado
do Pará. “Somente com os centros que já temos, nós já conseguimos atender a
toda a demanda, considerando a média de 5.500 CNHs emitidas por mês no Estado.”
ONDE ESTÃO - MUNICÍPIOS
Centros de simulação já funcionam em diversos municípios do Pará (Foto: Irene Almeida) |
Os municípios de Belém,
Ananindeua, Castanhal, Capanema, Paragominas, Marabá, Parauapebas, Canaã dos
Carajás, Xinguara, Redenção, Tucuruí, Altamira, Santarém, Itaituba, Abaetetuba
possuem centros de simulação do iTrânsito. A escolha das localidades foi
baseada nos municípios onde já existem Circunscrições Regionais de Trânsito
(Ciretrans) do Detran-Pa.
Máquinas tornam a experiência
mais real possível
Em ‘cabines’ individuais, os
simuladores imitam de forma muito fiel o interior de um veículo, com bancos,
volante, e marchas originais de um carro comum. A diferença fica por conta da
realidade virtual em que o aluno é inserido. Três grandes telas ocupam o que,
em um veículo, seria o para-brisa do carro. Nas telas, o aluno pode ver a pista
em que terá que conduzir – podendo experimentar diferentes condições climáticas
(como chuva ou sol), variações de solo e obstáculos (como rampas e elevados).
Há ainda a simulação dos retrovisores e todos os acessórios necessários para a
condução como luzes de sinalização, marcador de velocidade.
Para o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores
(SINDCFC/PA), Edi Carlos Martin, os simuladores trabalham o viés pedagógico da
formação do condutor, já que o primeiro contato do aluno com a direção de um
veículo não se dá na rua, mas em meio à segurança oferecida pelo simulador. “O
simulador prepara o aluno antes da aula prática e dá condições de passar por
situações diferentes, como direção à noite, com chuva”.
De acordo com portaria
publicada pelo Detran, a obtenção da CNH na categoria ‘B’ exige o cumprimento
de no mínimo 25 horas/aula. Do total, elas deverão ser distribuíras entre 5
horas/aula em simulador de direção veicular e 20 horas/aula em veículo de
aprendizagem. Cada aula no simulador tem duração média de 30 minutos. No caso
do convênio firmado entre os centros de simulação do iTrânsito e o SINDCFC/PA,
é a própria autoescola conveniada que encaminha o aluno para a realização das
aulas em simulador, observando o centro mais próximo dele.
O presidente do sindicato faz
um alerta para a população. “O candidato à habilitação deve procurar se
informar se aquela autoescola oferece condições para atendê-lo”, aponta. “Às
vezes, a autoescola pode até ser credenciada pelo Detran para funcionar, mas
ela precisa ter credenciamento que garanta que tem simulador próprio ou ofereça
através de centros de compartilhamento.
EM NÚMEROS
37 simuladores - Já estão
disponíveis, atualmente, nos centros de simulação do iTrânsito. A ideia é
chegar a 72 simuladores até o fim de maio, quando é esperado o pico de
demanda.
Aulas práticas também deverão ser monitoradas
Cada equipamento custa, em média, R$ 50 mil (Foto: Irene Almeida) |
Através da instalação de
sensores nos veículos de instrução, é possível acompanhar os movimentos
praticados pelo aluno no trânsito. As informações são enviadas para um tablet
instalado dentro do carro que registra possíveis erros e registra a presença do
aluno e do instrutor. “O relatório da aula é encaminhado via sistema para o
Detran”, aponta Jorge Helder. “Com isso, só poderá emitir a CNH o aluno que
realmente fez as aulas exigidas pela lei.”
Por: Cintia Magno/Diário do Pará
Fonte: DOL
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