(Foto: Via WhatsApp) |
Um
quilombola, que já foi presidente da Associação dos Remanescentes
do Quilombo do Alto Acará, foi morto a tiros na manhã deste domingo
(15) na estrada que dá acesso à comunidade Turé III, no município
de Acará, nordeste paraense. Segundo denúncias, a vítima já
sofria ameaças.
De
acordo com Paulo de Oliveira, presidente da Federação das
Comunidades Quilombolas e Populações Tradicionais do Estado do
Pará, a vítima - identificada como Nazildo dos Santos Brito - foi
morto na estrada para a comunidade, quando voltava para casa.
Nazildo
foi presidente de associação de quilombolas e era considerado o
líder da comunidade Turé III. Ele era casado e pai de duas garotas.
As ameaças ao quilombola eram constantes e motivaram até denúncia
ao Ministério dos Direitos Humanos, no último dia 29 de janeiro,
segundo Paulo de Oliveira.
“São
várias pessoas ameaçadas de morte na comunidade. Quem está dando
proteção para essas pessoas? Cadê a segurança prometida pelo
Estado? E agora? O Governador do Estado é um violador dos direitos
humanos. Você acha que ele vai nos mandar proteger?”, questionou
Paulo.
“O
que nos resta? Pedir exílio? E quem tem roça na comunidade? Quem
tem filhos dentro da comunidade? Vão esperar todo mundo morrer ou
vão tomar uma providência?”, continua o presidente da Federação
das Comunidades Quilombolas.
Denúncias
antigas
Paulo
Oliveira já havia
denunciado ao DOL ameaças sofridas pelos
quilombolas. Na época, em 2016, ele registrou as perseguições por
parte do prefeito do município de Salvaterra, Valentim Lucas de
Oliveira (PSDB).
O
Ministério Público Federal (MPF) chegou a requisitar à Secretaria
de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) que assegurasse a
proteção policial em caráter emergencial para o líder quilombola
e para a família dele. Um Boletim de Ocorrência foi feito e,
posteriormente, protocolado no Ministério Público do Pará para
reforçar a denúncia e pedir proteção.
Apesar
do pedido e de uma suposta autorização para sua proteção, nada
foi feito. "Não me sinto seguro nem para ir em outra rua,
imagine para ir a Belém novamente para pedir proteção",
lamentou.
Fonte:
DOL
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