É
na maior província mineral de ferro, ouro e cobre do Brasil - uma
das maiores do mundo - que vive, nas corredeiras ainda virgens da
densa Floresta Nacional de Carajás, uma nova espécie de pacu, que,
depois de 30 anos, foi finalmente descrita e cientificamente passou a
ser conhecida como Tometes siderocarajensis. O pesquisador doutor
Marcelo Andrade, do Grupo de Ecologia Aquática (GEA) da Universidade
Federal do Pará (UFPA), acabou de publicar no periódico Plos One,
de circulação internacional, a descrição da nova espécie.
É
a sétima espécie de Tometes conhecida da comunidade científica,
sendo a 4ª descrita por ele, que assina a publicação ao lado dos
pesquisadores Tommaso Giarrizzo (UFPA), Michel Jégu (Institut de
Recherche pour le Dèveloppment - IRD), Izeni Farias e Valéria
Machado (Universidade Federal do Amazonas – UFAM).
DIFERENÇAS
O
novo pacu apresenta, em relação às demais espécies, algumas
diferenças marcantes. Segundo o pesquisador, a coloração foi o que
mais chamou sua atenção – o siderocarajensis é escuro, quase
negro, enquanto os demais apresentam coloração prata. Ele tem
formato da dentição e arranjo da arcada bem diverso dos demais,
além de alteração no número de escamas e a estrutura óssea do
crânio igualmente divergente.
Este
é o quarto Tometes descrito por Marcelo Andrade. A primeira
descrição aconteceu em 2013, com a espécie Tometes camunani, nome
dado pelos índios Wai Wai do rio Trombetas, oeste do Pará; a
segunda em 2016, Tometes kranponhah, outro nome indígena, segundo os
Xikrin no Xingu, e a terceira, Tometes ancylorhynchus, de 2016, que
ocorre nas regiões dos rios Xingu e Tocantins.
PARA
CONHECERA NOVA ESPÉCIE
O
Tometes siderocarajensis é um tipo de pacu encontrado na Serra dos
Carajás, daí o nome escolhido pelo pesquisador para batizar a nova
espécie. Marcelo Andrade revela, também, que esse peixe não é
consumido e popularmente é chamado de “Pacu-Borracha” ou
“Curupeté”. A é carne dura e borrachuda e o animal pode atingir
um tamanho médio de até 40 centímetros.
Fonte:
Diário do Pará
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