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sábado, 14 de julho de 2018

BOLSONARO DEFENDE MASSACRE DE ELDORADO DOS CARAJÁS

Pré-candidato foi ao local onde os militares mataram 19 sem terra
 Fonte: Ulisses Pompeu/Estadão
Em visita a Eldorado dos Carajás, no sudoeste do Pará, o pré-candidato ao Planalto pelo PSL, Jair Bolsonaro, defendeu os policiais presos pela morte de 19 trabalhadores rurais sem-terra ocorrido em abril de 1996 na região. Bolsonaro foi até a Curva do S, um trecho da BR-155, em Eldorado dos Carajás, onde os sem-terra foram mortos, dez com tiros à queima-roupa, por policiais militares comandados pelo coronel Mário Pantoja, condenado a 228 anos de prisão.
Quem tinha que estar preso era o pessoal do MST (Movimento dos Sem Terra), gente canalha e vagabunda. Os policiais reagiram para não morrer”, disse Bolsonaro, em frente a troncos de castanheiras queimados que marcam o local exato do massacre. Um grupo de policiais que acompanhava o discurso aplaudiu.
A passagem de Bolsonaro pelo Pará é marcada pela crítica à luta da terra. Na noite anterior, em jantar para uma plateia de produtores rurais e policiais, em Marabá, Bolsonaro disse que, se eleito, vai tirar o Estado do “cangote” dos ruralistas, “segurar” as multas ambientais e aumentar a repressão a movimentos do campo. “Não vai ter um canalha de fiscal metendo a caneta em vocês”, disse o pré-candidato. “Direitos humanos é a pipoca, pô.”
Anteontem, em Marabá, Bolsonaro também defendeu o uso de armas para “resolver” comflitos no campo e criticar movimentos que defendem invasões de terra na região. “Ninguém tem o direito de invadir a propriedade alheia. Se o governo não tem pulso para conter esse abuso, que libere o porte de arma para que o trabalhador possa se defender”, afirmou.
O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, discursou antes do presidenciável. “Bolsonaro, aqui o recado da classe produtora é direto: procuramos um presidente que não nos atrapalhe e não nos persiga”, disse. “Quando o senhor se tornar presidente, vê o que fará com essa gente da Funai, do Ibama, do Ministério Público, que não respeita a propriedade privada.”
Índios
Ainda ontem (13), Bolsonaro foi para a cidade vizinha de Parauapebas. Em frente a uma portaria do Complexo de Carajás, uma maiores regiões mineradores do País, ele discursou ao lado de uma família de índios da região. “Os índios e os afros são brasileiros como nós”, disse. “Eles não querem ser latifundiários, mas cidadãos. Se quiserem arrendar suas terras, vão arrendar. Se quiserem vender, vão poder vender.”
O deputado Eder Mauro, que participa da comitiva de Bolsonaro, emendou: “Nossa discussão (em Parauapebas) tratou sobre o minério produzido aqui no Pará, porque o Estado ganha pouco em comparação ao que é tirado das nossas terras. É uma injustiça com os garimpeiros, que são abandonados e massacrados”, lembrou Éder Mauro. “A mesma coisa acontece com os trabalhadores do setor agropecuário. Eles passam muitas dificuldades, e nós não admitimos que aquele que sustenta o país sofra violências. É preciso que eles possuam armas e se defendam”, pontuou o delegado.

Fonte: Portal ORM

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