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Militantes,
movimentos independentes e políticos do PT se organizam para ir a
Curitiba na quarta-feira, dia 10, quando o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva será interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro.
Marcado inicialmente para o dia 3, o depoimento foi adiado a pedido
da Secretaria de Segurança do Paraná.
Lula
é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do
triplex do Guarujá, e terá o primeiro encontro com Moro numa
oitiva.
O
presidente do Diretório Municipal do PT em São Paulo (DMPT-SP),
Paulo Fiorillo, disse que ainda não há um número fechado de
coletivos que seguirão para a capital do Paraná. “Ainda estamos
fechando o número de pessoas interessadas para providenciar o
transporte.”
Segundo
Adilson Sousa, presidente eleito do diretório zonal Freguesia do
Ó/Brasilândia do PT, os ônibus não serão ocupados exclusivamente
por filiados da sigla. “Vamos para mostrar que movimentos
sindicais, partidários e diversos setores da população não
concordam com a judicialização da política”, diz. Ele estima que
50 mil pessoas, de todo o País, devem ir a Curitiba.
Divisão.
Nas redes sociais, grupos contrários ao ex-presidente também se
organizam em eventos de protesto. Embora sem organização oficial, o
Movimento Brasil Livre (MBL) informou que alguns de seus
representantes estarão em Curitiba para fazer a cobertura da oitiva.
Sousa
acredita que será planejada uma divisão entre os grupos pró e
contra Lula, o que ele avalia de forma negativa. “Acho muito ruim
esse ‘apartheid’. Quem tiver de protestar, que proteste, com
respeito ao espaço de cada um, sem agressividade ou provocação”,
afirma. “É muito negativa essa ideia de ‘eles contra nós’.”
Dias
depois de Moro marcar o interrogatório de Lula, em março, a
curitibana e funcionária pública Melina Pugnaloni, de 32 anos,
começou a organizar a ida de apoiadores do petista a Curitiba.
Segundo ela, que não é filiada ao PT, houve campanha de
crowdfunding na internet e venda de rifas para arrecadar fundos.
“Não
necessariamente são pessoas filiadas. Me procuraram pelo Facebook,
viram a movimentação que eu estava fazendo. O que eu fiz foi a
ponte, entre quem organizava e os interessados”, diz a curitibana,
que afirma que o apoio será pacífico. “Foi jogado um clima de
terror na população de Curitiba, no sentido de que as pessoas
viriam para cá para aterrorizar a cidade. Não é verdade.”
Melina
estima que cerca de 40 ônibus seguirão de outros Estados de forma
independente, e diz que alguns curitibanos abriram suas casas para os
apoiadores que precisavam de lugar para ficar. “Eu vou receber
quatro pessoas”, afirma ela, que ajudou a montar grupos no WhatsApp
para aqueles que precisavam de carona.
Na
internet, o grupo Frente Povo Independente arrecadou mais de R$ 8,5
mil para custear dois ônibus por meio do site de financiamento
coletivo Catarse. Segundo Melina, foi feita também a campanha
“Adotando um Militante”, em que um apoiador pagava a ida do outro
que não podia.
Em
manifestação no Dia do Trabalhador, na Avenida Paulista, o Partido
da Causa Operária (PCO) montou uma barraca para colher inscrições
para a caravana, e faz o mesmo em seu site, por meio de um formulário
online. Procurado pelo Estado, o partido não informou o número de
inscrições feitas.
A
Central Única dos Trabalhadores (CUT) disse que não está
promovendo a organização de caravanas.
Véspera.
Na véspera do depoimento de Lula, o petista e seus apoiadores vão
participar de um culto ecumênico na Catedral Metropolitana de
Curitiba. A expectativa é de que quase toda a direção nacional do
PT, além de dezenas de deputados, senadores e ex-ministros dos
governos petistas, devem ir para a capital paranaense em
solidariedade ao ex-presidente.
No
dia do depoimento, o PT vai promover debates políticos e atos
culturais na frente da Justiça Federal do Paraná caso Sérgio Moro
não aceite transmitir ao vivo o depoimento. Se houver a transmissão,
os petistas vão instalar um telão no local.
A
ordem é evitar confrontos e manifestações de caráter eleitoral.
“Nossa orientação é para evitar confusão e não falar em
eleição ou que o Lula é candidato”, diz o ex-ministro da
Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho. / COLABOROU
RICARDO GALHARDO
“Nossa
orientação é para evitar confusão (durante o depoimento) e não
falar em eleição ou que o Lula é candidato.” Gilberto
Carvalho EX-MINISTRO
DA SECRETARIA-GERAL DA PRESIDÊNCIA.
Fonte: MSN/Estadão
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