A
operação Colinas de Rocha, que é a segunda etapa da operação Olho de Tandera,
iniciada em 2017.
Foto: Ary Souza |
A Polícia Federal
(PF) deflagrou, hoje (11) pela manhã, a operação Colinas de Rocha, que é a
segunda etapa da operação Olho de Tandera, iniciada em setembro de 2017, no
Pará. A atual fase teve como objetivo desarticular um grupo empresarial
criminoso que atuava no mercado financeiro e deixou o rombo de R$ 14.865
milhões, a partir de apropriação indébita do Fundo de Previdência dos
Servidores Municipais de Oeiras do Pará, na ilha do Marajó, no Estado. A
quantia equivale a mais da metade dos recursos do Instituto. Um ex-prefeito do
município está entre os presos.
Na operação Colinas de Rocha foram expedidos dez mandados
de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará,
Amapá, Tocantins e Santa Catarina. O resultado foram nove prisões foram
cumpridas e todas as buscas realizadas. Segundo o delegado Rômulo Rodovalho
Gomes, diretor regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Pará, somente
no Estado foram feitas cinco prisões: três delas em Oeiras, uma em Marituba e
outra em Belém. Além disso, duas prisões ocorreram no Amapá e duas no
Tocantins.
Deles, cinco acusados foram trazidos e eram ouvidos na
Superintendência da PF, no bairro do Souza, em Belém. Entre eles estavam um
ex-prefeito de Oeiras, um ex-gestor do Fundo e empresários.
A Polícia Federal
preferiu não revelar os nomes das nove pessoas presas, mas informou que já está
configurada a participação delas no crime. Mais seis pessoas estavam na Polícia
Federal e devem ser ouvidas ainda hoje. Elas podem ter alguma relação com
os crimes.
"Deflagramos essa fase porque na primeira etapa da
operação juntamos bastante documentos e aparecerem algumas pessoas que
continuaram a serem investigadas. Então, agora buscamos documentos específicos
de mais seis pessoas que possam estar envolvidas nesse esquema criminoso. Essas
seis pessoas são pessoas ligadas à empresa e pessoas que possivelmente
receberam parte do dinheiro que sumiu", explicou o delegado Gomes.
O delegado Ivan Lauzid, da Delegacia de Combate aos
Crimes de Financeiros da PF do Pará, explicou como funcionava o esquema
criminoso, ocorrido entre os anos de 2014 e 2016 e deixou rombo de R$ 14.865
milhões no Fundo de Previdência dos Servidores Municipais de Oeiras.
"Havia uma empresa que atuava no mercado financeiro,
mas sem autorização dos órgãos federais competentes. Ela firmou contrato com o
Fundo de Previdência dos Servidores Municipais de Oeiras, no entanto, sem
autorização, começou a gerir o dinheiro no Fundo em nome da própria empresa, o
que já está errado. Existia um contrato com objeto de assessoria, mas não
abarcava a gestão do recurso em si, porque assessoria é uma coisa e gerir o
recurso de um instituto é outra coisa e pegar esse dinheiro para aplicar no
mercado financeiro", disse.
Assim, "o Instituto transferiu para essa empresa e
para outra empresa ligada à contratada o valor de R$ 14,865 milhões, que é o
dano potencial. Esse desvio é um dinheiro que certamente vai fazer falta para o
pagamento dos pensionistas dos servidores que venham se aposentar no futuro",
afirmou o delegado Lauzid.
Os envolvidos vão responder por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, crimes previstos no Código Penal Brasileiro. Depois dos
procedimentos na PF, elas serão encaminhadas ao Sistema Prisional e ficarão
disposição da Justiça Federal. A operação foi batizada com o nome do quarto
ciclo do Inferno de Dante, que corresponde ao local onde se encontram os
gananciosos, pródigos e avarentos.
*Com informações da
repórter Cleide Magalhães, de O Liberal.
Fonte: Portal ORM
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