Brasil Novo Notícias: Justiça veta transferência de Bida para Altamira.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Justiça veta transferência de Bida para Altamira.


O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", teve ontem mais um habeas corpus negado pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará (TJE). Ele pleiteava a transferência do Centro de Recuperação do Coqueiro, localizado na Região Metropolitana de Belém, onde cumpre pena, para o Cento de Recuperação de Altamira. Em fevereiro, a corte já havia negado o mesmo pedido, por isso, ontem, os magistrados entenderam que o recurso estava sendo usado de forma reiterada e decidiram não conceder o habeas corpus.

Bida foi condenado à reclusão por 30 anos por matar a missionária norte-americana Dorothy Stang, em 2005. O crime ocorreu no município de Anapu, no sul do Pará. Há mais de cinco anos, ele cumpre pena em regime semiaberto na capital paraense, para onde o processo foi desaforado.
No pedido de habeas corpus, a defesa do fazendeiro alega que o condenado tem família e residência fixa em Altamira, cidade localizada na região sudoeste do Pará, a 1000 km de Belém, e que esta distância dificulta as visitas familiares.
Ao analisar o caso, a relatora do processo, a desembargadora Vera Araújo negou o pedido argumentando que não havia vagas para custodiar o preso no município, segundo informações prestadas pela Superintendência do Sistema Penal do Estado (Susipe). Ela também ponderou que o preso não tem o direito de escolher o local onde vai cumprir pena.
Antes que o pedido fosse colocado em votação, o desembargador Rômulo Nunes lembrou que a Corte já havia analisado este mesmo pedido em outras situações e que o habeas corpus havia sido negado. Diante desta situação, a própria relatora mudou o voto e nem deu conhecimento ao habeas corpus por entender que estava ocorrendo reiteração de pedidos. Além da análise pelas Câmaras Criminais Reunidas, o pedido de transferência de Vitalmiro para Altamira já havia sido negado outras quatro vezes pelo juiz de primeira instância.
TRINTA ANOS
O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão em regime inicialmente fechado, em maio de 2007, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005. Porém, no ano seguinte, conseguiu ter um novo julgamento porque, de acordo com leis vigentes à época, a condenação havia ultrapassado 20 anos de reclusão. Neste segundo julgamento, ele foi absolvido. Por conta da disparidade das duas sentenças ocorreu um terceiro julgamento no qual Bida foi condenado a 30 anos de reclusão.
A missionária foi assassinada com seis tiros por volta das 7h30 do dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, quando seguia para uma reunião com colonos para tratar de questões referentes ao Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Ela já havia recebido ameaças de morte por conta dos trabalhos sociais que desenvolvia no assentamento e também por sua luta para minimizar os conflitos fundiários na região.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o crime foi encomendado pelo valor de R$ 50 mil pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, também condenado a 30 anos de reclusão. Além deles, cumprem pena pelo crime Rayfran das Neves, o Fogoió, e Clodoaldo Batista, o Eduardo, condenados respectivamente a 27 e 17 anos de prisão por terem sido os executores do assassinato e ainda Amair Feijoli, o Tato, sentenciado a 27 anos de prisão por ser o intermediário entre os mandantes e os pistoleiros.
Fonte: O Liberal

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