Brasil Novo Notícias: Plantão: Pelo terceiro dia consecutivo, funcionários da Norte Energia continuam impedidos de sair de aldeia indígena

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Plantão: Pelo terceiro dia consecutivo, funcionários da Norte Energia continuam impedidos de sair de aldeia indígena


Volta Grande

Escrito por Valéria Furlan   


O impasse na aldeia Muratu, na Volta Grande do Xingu em Altamira, continua. Hoje (26-07) completam três dias que índios da etnia Juruna impedem a saída da aldeia de um funcionário da área ambiental e dois engenheiros que trabalham para a Norte Energia S/A, responsável pela construção e operação da hidrelétrica de Belo Monte, além de mais 10 pessoas.
Segundo informações da FUNAI, o clima na aldeia é pacífico. Os reféns podem circular normalmente pela aldeia, dormem em uma barraca coberta de palha e receberam ainda na tarde de ontem, água e alimentos, encaminhados pela Norte Energia, mas ainda não há uma previsão de quando serão liberados.
Hoje pela manhã, alguns representantes da Norte Energia, de Brasilia – DF desembarcaram em Altamira, entre eles João Pimentel, diretor de Relações Institucionais da empresa. Eles vieram participar da reunião mensal do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu – PDRSX, mas a expectativa é que esses representantes também se reúnam para discutir sobre a situação na aldeia indígena.
Entenda o caso
Funcionários da Norte Energia, além de empresas terceirizadas, representantes do Ministério Publico Federal e FUNAI, foram a aldeia indígena Muratu, na segunda-feira (23-07) para realizar uma reunião sobre os mecanismos que a empresa pretende oferecer para transpor embarcações após o barramento completo do Xingu, na altura do canteiro de obras de Pimental.
De acordo com o Ministério Público Federal, logo no início das explanações os indígenas já manifestaram desacordo com o processo, uma vez que as explicações dos engenheiros eram extremamente técnicas e de impossível compreensão. 'Havia também um clima de completa descrença dos índios na empresa, uma vez que nenhuma das condicionantes que a Norte Energia deveria ter realizado para minimizar os impactos das obras nas aldeias foi cumprida até agora', explica a procuradora do MPF Thais Santi. 'A uma certa altura, os próprios engenheiros reconheceram que a reunião era absurda, que aquilo não era oitiva, que a Funai não poderia considerar a reunião como tal e que o projeto técnico que estavam apresentando não fazia nenhum sentido', diz a procuradora.
Na manhã de terça-feira (24), após o pernoite dos funcionários na aldeia, os indígenas comunicaram à equipe que eles estariam detidos. As lideranças indígenas informaram que só vão liberar os refens depois que representantes da Norte Energia, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) forem à aldeia negociar.
Os índios exigem o cumprimento imediato das medidas condicionantes, que são ações para compensar os impactos causados pelas obras sobre as populações indigenas. "Se caso o rio fechar e nenhuma condicionante for cumprida, depois que barrarem o rio não vamos mais conseguir reivindicar nossos direitos", diz o cacique indígena Giliard Juruna.
A Norte Energia informou que já entrou em contato com a Funai para liberar os reféns o mais rápido possível. Segundo a Funai, dois representantes da Fundação estão no local para viabilizar as negociações.
Texto: Valéria Furlan com informações do Portal ORM

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