A
Norte Energia, empresa responsável pela obra e operação da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, divulgou nota na qual diz que, por temer
pela segurança de seus funcionários, deixará de enviar técnicos às
aldeias para discutir as condicionantes previstas no Projeto Básico
Ambiental do Componente Indígena (PBA Indígena), aprovado pela Fundação
Nacional do Índio (Funai) no início de julho. A empresa reafirma o
cumprimento dos pontos acordados com o órgão indigenista.
A nota foi divulgada ontem (29), após
reunião com cerca de 20 líderes indígenas das etnias Arara da Volta
Grande e Paquiçamba. No texto, a empresa afirma que não retornará às
aldeias para discutir a transposição de embarcações do Rio Xingu, por
temer pela segurança de seus técnicos, "após o sequestro dos três
funcionários na Aldeia Muratu que durou cinco dias". No dia 24, esses
funcionários foram detidos por índios das etnias Juruna e Arara na
Aldeia Muratu (PA).
O direção da Norte Energia repudia o
sequestro dos funcionários e reafirma o cumprimento das ações e
programas acordados dias antes com os índios no que se refere à abertura
de estradas, abastecimento de água, implantação de postos de
vigilância, aquisição de veículos e equipamentos. "Não havia qualquer
razão para essa violência", destaca a nota.
Segundo o texto, a reunião – ocorrida no
campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Altamira (PA), com
representantes dos índios, Funai, Ibama, Ministério do Planejamento,
Secretaria Geral da Presidência da República e Ministério Público
Federal – foi avaliada como "satisfatória" pelas partes. Entre as
reivindicações apresentadas pelos índios está a instalação de sistemas
de abastecimento de água, por meio dos poços artesianos, em cinco
aldeias. A empresa garantiu que, até 31 de agosto, serão perfurados
poços nas aldeias Muratu, Terrã Wangã e Paquiçamba; e até 15 de setembro
nas aldeias Furo-Seco e Aldeia Nova.
A Norte Energia se comprometeu em, até
27 de setembro, apresentar um cronograma de obras de infraestrutura
relativas ao PBA Indígena, que prevê, entre as ações de engenharia, a
construção de escolas, moradias e unidades de saúde.
Fonte: O xingu
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