Escrito por Valéria Furlan
Após mais de 24 horas, treze pessoas
ainda continuam sendo mantidas reféns por índios da etnia Juruna, na
aldeia Muratu, localizada na região da Volta Grande do Xingu, em
Altamira. Entre os reféns, dois são funcionários da empresa Norte
Energia S/A, de Brasília – DF, três são pilotos de voadeira, duas são
cozinheiras e os demais são funcionários de uma empresa terceirizada.
De acordo com uma liderança indígena, o
que motivou os índios a tomarem essa atitude foi o não cumprimento de
alguns acordos firmados com a presidência da Norte Energia, empresa
responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte no Rio Xingu, durante a reunião que aconteceu no último dia 09 de
julho em Altamira.
Os reféns foram rendidos na aldeia na
manhã desta terça-feira (24) quando faziam uma apresentação sobre
Sistema de Transposição do Rio Xingu, ou seja, como ficará a travessia
das embarcações depois que a barragem for construída.
A Funai informou que está em contato com
os indígenas e com os demais envolvidos, buscando alcançar rapidamente
uma solução para o impasse. Até agora apenas duas Promotoras, do
Ministério Público, e um cinegrafista, de uma produtora contratada pela
empresa para registrar a reunião, foram liberados pelos indígenas e
voltaram para Altamira ainda na tarde de ontem.
Apesar das imagens da reunião, feitas
pela produtora contratada pela empresa, já terem sido veiculadas
exclusivamente em um canal de TV local, a Assessoria de Comunicação da
Norte Energia S/A disse que por enquanto não vai se manifestar sobre o
assunto.
Texto: Valéria Furlan e Wilson Soares (WD Notícias)
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