O
Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta quinta-feira, 9, uma
série de mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Diferentemente dos anos anteriores, quando o Enem era realizado em um
fim de semana (sábado e domingo), o Enem deste ano será
aplicado em dois domingos consecutivos: 5 e 12 de novembro. As
inscrições poderão ser feitas de 8 a 19 de maio.
A
decisão integra uma série de alterações na forma de aplicação
do exame, determinada depois de uma consulta pública. Além de maior
distância entre os dias de aplicação das provas, a distribuição
das disciplinas exigidas em cada dia será modificada.
No
primeiro dia, os candidatos farão provas de Linguagem, Código e
suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias e também
Redação. Eles terão 5 horas e 30 minutos. No segundo dia, serão
aplicadas as provas de Matemática e Ciências da Natureza e suas
Tecnologias. O prazo será de 4 horas e 30 minutos. Outra mudança é
que os participantes receberão os cadernos de questão
personalizados, ou seja, com o seu nome.
O
ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o novo formato
não aumentará os custos da prova. “Ela trará mais tranquilidade
para o aluno e ao mesmo tempo garante dignidade aos sabadistas, que
hoje permanecem horas confinados, aguardando o sol se pôr para
iniciar a prova”, disse. De acordo com ele, a nova estratégia
mantém a segurança.
Resultado
por escolas. Outra
modificação é que o governo federal não divulgará mais o
resultado do Enem por escolas, o que possibilitava a comparação
entre os colégios. A produção de rankings com base nas notas do
exame é com frequência alvo de críticas de especialistas.
“O
MEC e o Inep (Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) não
têm como missão fazer propaganda falsa”, disse o ministro. A
quantidade de ensino, completou, deve ser aferida por outros
mecanismos. “O melhor instrumento para isso é o
Saeb (Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica).”
O
exame, que antes era feito por amostragem passará a ser realizado de
forma censitária.
Prova
digital.
A
grande surpresa da consulta pública foi a preferência dos
participantes em manter a prova no papel, em vez de uma versão
digital. Na consulta, 70% do 600 mil participantes disseram preferir
a prova no papel.
Uma
das explicações do MEC para a resistência é o receio de que a
prova em computadores pudesse aumentar os riscos de fraudes. “O
medo em relação ao novo é humano. O ser humano gosta de inovar, ao
mesmo tempo que é conservador”, disse o ministro. Ele avisou,
porém, que a migração para o formato digital é inevitável. “Não
sei quando, mas ela vai ocorrer.”
Certificação.
A partir
deste ano, o exame não poderá mais ser usado como certificado do
ensino médio. Em parcerias com Estados e municípios, o Exame
Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos
(Encceja) passará a cumprir esta função. A mudança foi aprovada
pelo professor do cursinho pré-vestibular Anglo Renan Garcia
Miranda.
“O
Enem não pode ser feito para analisar tantas coisas diferentes. São
duas coisas muito distintas e essa dupla finalidade prejudica a
identidade da prova”, afirmou Miranda. “Quanto mais o exame busca
selecionar candidatos para cursos altamente concorridos mais ele se
distancia de realizar uma boa avaliação da qualidade do ensino
médio brasileiro.”
O
atendimento especializado também vai mudar. Candidatos que
necessitarem de tempo adicional para realização das provas (como
diabéticos e pessoas portadoras de distúrbios de tireoide) devem
fazer a solicitação no ato da inscrição. Até a edição do Enem
do ano passado, o requerimento era feito no próprio dia da prova.
Calendário.
O
MEC também anunciou outras datas do exame. O edital com as regras
desta edição será publicado em 10 de abril, e o resultado dos
candidatos será divulgado em 19 de janeiro de 2018.
O
valor da taxa de inscrição ainda não está definido. As regras de
gratuidade estão mantidas, a diferença agora é a necessidade de
comprovação, nos casos de cadastrados no CadUnico. Até ano
passado, a concessão do benefício era feita mediante
autodeclaração. No novo formato, o sistema de inscrição já
permitirá a busca automática, no momento da inscrição.
Em
2016, mais de 6 milhões de pessoas participaram do Enem, em 1.607
locais de prova espalhados pelo País. A nota do exame é usada como
critério de seleção único em 731 instituições de ensino
superior.
Fonte:
O Estadão

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