SEGUNDO A DENÚNCIA, JEVELIS PANASSOLO FRAUDOU DOCUMENTOS
E ESTAVA AMEAÇANDO TRABALHADORES RURAIS ASSENTADOS NA CIDADE DE RURÓPOLIS
Empresários são acusados de usar documentos falsos para grilar terras e explorar madeira ilegalmente (Foto: Mario Tama/Getty Images) |
A Polícia Federal prendeu o empresário Jevelis
Grey Panassolo, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ameaçar
trabalhadores rurais assentados em Rurópolis, no oeste do Pará, para continuar
a explorar ilegalmente área de assentamento da qual o
empresário se apossou com uso de documentos falsos. Para fazer as ameaças, o
empresário utilizava até equipe armada, denunciaram os assentados.
Realizada no final de novembro por determinação da Justiça
Federal em Santarém, a prisão só foi divulgada nesta segunda-feira
(5/12), para preservar o sigilo processual. O empresário já entrou com pedido
de soltura no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, e aguarda
decisão.
O MPF, autor do pedido de prisão, acusa Panassolo e o pecuarista Ruy
Villar de Lima Sampaio Júnior de terem grilado (tomado posse de terra pública
por meio de fraudes em documentos) o imóvel denominado Fazenda Cachoeirinha, em
Rurópolis.
Segundo
o MPF, por meio de falsificação de certidão do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da apresentação de informações
mentirosas ao Tribunal de Justiça do Estado, Ruy Villar Júnior conseguiu que a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas) fosse obrigada a aprovar um plano
de manejo para a área grilada, apesar de o Incra e a Semas terem apontado uma
série de provas da falsidade da certidão.
Segundo levantamento do Incra citado
na ação pelo procurador da República Camões Boaventura, Ruy Villar Júnior e
Jevelis Panassolo estão vinculados, direta ou indiretamente, a diversas
denúncias de tentativas de apropriação de terras da União, extração ilegal de
madeira e ameaças e conflitos com famílias assentadas. Panassolo responde,
ainda, por uma denúncia de crime de submissão de 11 trabalhadores a trabalho
escravo.
O MPF pede à Justiça que Ruy Villar
Júnior seja condenado a até 21 anos de prisão e multa pelos crimes de
falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso
e fraude processual. Para Panassolo o MPF pede à Justiça a condenação a 32 anos
e seis medes de prisão e multa pelos crimes de uso de documento público falso,
fraude processual, ameaça e desmatamento ilegal de 19 mil hectares.
Por: Venilson Ferreira
Fonte: Globo Rural
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