Brasil Novo Notícias: Altamira cria observatório ambiental para monitorar desmatamento e articular as boas práticas socioambientais

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Altamira cria observatório ambiental para monitorar desmatamento e articular as boas práticas socioambientais

Estrutura pretende instituir uma série de procedimentos para monitorar e apoiar combate de ilícitos ambientais em Altamira (PA). Prefeitura de Altamira, ISA, TNC, Imazon encabeçam as ações do observatório.

Altamira está na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia brasileira e para sair desta situação e acabar com os embargos econômicos vinculados à lista tem tomado algumas medidas. A última delas foi a criação de um observatório ambiental para monitorar e combater o desmatamento ilegal no município paraense.
O observatório surgiu a partir de uma demanda do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento, criado em 2011. A ideia era ter uma estrutura vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Altamira (Semat), mas com participação efetiva de organizações que tivessem experiência e atuação na área para otimizar o combate ao desmatamento.
“Como as informações são muito esfaceladas, ter uma estrutura própria facilita a gestão dos dados, a assertividade das tomadas de decisão. E isso vai acontecer de forma compartilhada, com todos os agentes juntos, discutindo e debatendo as melhores formas de intervenção. Porque os ilícitos acontecem de forma bruta e rápida e se os órgãos e os demais entes não estiverem juntos, a ação acontece de forma desordenada”, afirma a secretária de Meio Ambiente e Turismo de Altamira, Zelma Costa.
O observatório está agora em fase de regulamentação e estruturação física e deve começar a funcionar de fato no próximo mês. Data também prevista pela secretária de Meio Ambiente e Turismo de Altamira para o início da intensificação do desmatamento em algumas regiões.
“Nesse verão, a tendência é que haja bastante desmatamento, principalmente nas áreas mais distantes da sede do município, como Castelo dos Sonhos, Cachoeira da Serra, Vila Canopus e Vila Cabocla. São lugares longe de tudo e de todos, o que facilita a atuação ilegal, ainda mais com a pressão dos fazendeiros de Mato Grosso e da pecuária extensiva, que são os principais pontos de pressão nesses lugares para as aberturas de áreas”, diz. “Nem sempre é possível que as instâncias de governança ambiental estejam presentes na velocidade que esses ilícitos ambientais ocorrem, então esse observatório torna-se uma ferramenta que contribuirá sobremaneira para que seja possível atenuar essa situação problema nesse imenso território”, completa Zelma Costa. Veja o mapa abaixo.




Dentro do observatório, o ISA está na equipe técnica executora, junto com Imazon, TNC e a própria Semat. Seu trabalho se dará, sobretudo, na análise de imagens de satélite correspondentes às Unidades de Conservação e das Terras Indígenas, além da realização de análises de vetores de degradação nesses locais. “Queremos entender a dinâmica do avanço da degradação no município, tanto do desmatamento, quanto do corte seletivo de madeira, para poder sugerir ações para atuação no sentido da proteção e da promoção da adequação socioambiental. Conhecer, sistematizar e divulgar as boas iniciativas em andamento também serão alvos do observatório”, ressalta Rodrigo Junqueira, coordenador adjunto do Programa Xingu, do ISA.
Zelma Costa também aponta a necessidade de montar bases físicas em vários pontos do município para inibir a atuação dos desmatadores. “Certamente nossa atenção agora está toda voltada para esses quatro lugares que mencionei. Temos que focar o trabalho e buscar fazer a intervenção com apoio possível e necessário. Se for em Terra Indígena vamos buscar a Funai, nas Unidades de Conservação, o ICMBio e precisamos ter a Polícia Federal junto. Assim teremos rapidez e efetividade no trabalho.”
Além da Semat, fazem parte do observatório, o ISA, o Imazon, a TNC, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Altamira e os membros do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento.

ISA, Christiane Peres.

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